E agora o que faremos?

E agora o que faremos?

As realidades espirituais existem independentemente de as conhecermos ou não. Não é a nossa teologia quem determina como as realidades espirituais são, ou atesta sua veracidade. Na verdade, elas é que tem a capacidade de alimentar a nossa reflexão teológica na correra direção – entendendo-se aqui por correia direção os resultados positivos que a reflexão deve gerar em nossa vida, contribuindo para com um progressivo aproximar-se da santidade, na comunhão com Deus.

Parece-nos, pois, que no campo da especulação teológica, mais do que saber se as teorias são falsas ou verdadeiras, interessa-nos saber se elas são férteis ou estéreis.

Destaco esse meu modo de pensar a reflexão teológica – mesmo sem ser teólogo, no estrito sentido -, porque não me agradaria refletir sobre, por exemplo, a questão do lugar do chamado Batismo no Espírito Santo no contexto da doutrina católica, apartada da análise do impacto prático, experiencial, que ela deve ter em nossas vidas.

Interessa-me refletir sobre batismo no Espírito Santo tendo como referência básica a maneira como ele tem – ou não – afetado as nossas vidas, a vida do povo da Renovação Carismática Católica, e da Igreja como um todo. Creio que nossa reflexão só atingirá seu real sentido se nos ajudar a nos abrirmos mais e mais a um relacionamento pessoal com Jesus Cristo vivo e ressuscitado – coisa essa que é exatamente a centralidade do ministério do Espírito Santo. Abrir-se ao Espírito Santo e aos seus dons, para produzirmos os frutos que nos identificam como verdadeiros discípulos de Jesus Cristo (uma vez que, carismas, por si só, não são garantia de nossa adesão ao Seu projeto, conforme l Cor 13, 1-13, e Mt 7, 21-23). Ser batizado no Espírito e receber sua força para melhor testemunhar, com a vida, a Jesus de Nazaré, pois é a Ele – Jesus –  à sua morte e ressurreição, que somos chamados a pregar – e não ao Espírito Santo e seus dons, somente… Importa, pois, ao refletirmos sobre o batismo no Espírito Santo, termos também em mente as perguntas: tem o Espírito alcançado os seus propósitos em minha vida? Na vida da R.C.C.? Na vida da Igreja, como um todo? As dificuldades e as fundamentações relativas ao batismo no Espírito serão trazidas aqui nesse fórum de modo muito competente por pessoas reconhecidamente capacitadas. De minha parte, eu gostaria de ressaltar as conseqüências que sua ausência ou equivocada percepção tem provocado – especialmente do ponto-de-vista pastoral – no seio da Renovação Carismática.

Que o Senhor nos dê completa ciência de que, “nós não recebemos o espírito do mundo, mas sim o Espírito que vem de Deus, que nos dá a conhecer as graças que Deus nos prodigalizou, e que pregamos numa linguagem que nos foi ensinada não pela sabedoria humana, mas pelo Espírito, que exprime as coisas espirituais em termos espirituais” (l Cor 2, 12-13).

Autor: Reinaldo Beserra dos Reis

II Congresso Teológico-Pastoral da RCC-2006)

 

Comunidade Javé Nissi

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