Pentecostes: Experiência concreta do amor de Deus

Pentecostes: Experiência concreta do amor de Deus

Pentecostes inaugurou um novo tempo para a fé judaico-cristã, tirando-nos do regime da lei (A festa de Pentecostes era celebrada como a festa da instituição da lei) e introduzindo-nos no tempo da graça (Ef 2, 8), um verdadeiro Kairós, “tempo propício” para o acolhimento do Espírito Santo “amor de Deus que é derramado em nossos corações” (Rm 5, 5).

Cardeal CORDES, vice-presidente do conselho Pontifício para os Leigos, de 1981 a 1996, exerceu por dez anos o cargo de consultor episcopal do (ICCRS) Serviço Internacional da Renovação Carismática Católica, define o Batismo no Espírito Santo “como a experiência concreta da graça de Pentecostes, na qual a ação do Espírito Santo torna-se realidade experimentada na vida do individuo e da comunidade de fé”. Uma experiência de poder para o testemunho (Atos 1, 8).

A experiência de Pentecostes vai muito do além da manifestação de “poder”, a saber, “línguas, profecias, repouso, cura…” Embora todos estes sinais aconteçam, eles estão na superfície daquilo que realmente a experiência nos proporciona, pois o Espírito toca-nos profundamente incutindo em nós a certeza de sermos amados por Deus, de sermos acolhidos e queridos por Ele! Nessa experiência somos introduzidos no mistério de amor da Santíssima Trindade.

Pentecostes marcou o início de um novo tempo na vida dos apóstolos, arrancou Pedro do medo e da infidelidade, fazendo-o confessor da fé e primeiro Papa da Igreja transformou o arrogante e interesseiro João em evangelista do amor, fez com que o destemido perseguidor dos cristãos, Saulo (Paulo) de Tarso, compreendesse Deus de outra maneira, tanto assim que ele afirma: viver para mim é cristo, morrer para mim é lucro (…), já não sou eu quem vivo é cristo que vive em mim (Fl 1, 21; 2, 20).

Da mesma maneira ele marca também este novo tempo (Kairós), onde todos podem experimentar a bondade e a fidelidade de Deus (Atos 2, 39), que “não cansa de nos perdoar” (Papa Francisco). Sabe se que um marca perceptível de todo os seres humanos é a carência, ou seja, o desejo de sermos amados e compreendidos, e não somos capazes de suprir este vazio em nós, somente Deus pode fazê-lo. Ele nos ama com amor de eternidade (Jr 31, 3), numa alteridade total entregando seu próprio filho para que nele sejamos verdadeiramente felizes e realizados.

A experiência de Pentecostes ou batismo no Espírito Santo não é um novo sacramento, e sim, uma nova experiência, uma nova maneira de sentir, de se relacionar com o Espírito, que como Deus que É, não esta preso ao tempo (Cronos), e ao se fazer presente e atuante em nós (não que ele tenha se retirado, mas somos nós que por vezes somos indiferentes a Ele), manifesta-se de uma maneira nova, plenificando-nos de seu amor, revigorando nossa fé, avivando nossa vocação e tornando-nos convictos de que “nada poderá nos separar do amor de Deus” (Rm 8, 35).

Assim clamar pelo batismo no Espírito Santo é abrir-se a este novo Pentecostes no qual Deus encontra liberdade em nossos corações, para fazer novas todas as coisas, transformando-nos em homens e mulheres novos (as) aptos para um mundo novo onde Deus seja tudo em todos, onde o Reino de Deus se faz presente e atuante! Pentecostes é batismo no Espírito Santo[1]!

[1] Cf. http://jovensoisfortes.blogspot.com.br/2011/06/frei-raniero-na-presenca-do-papa-bento.html. Acesso 07-02-2014.

Autor:  Carlinhos Faria – Teólogo – Membro da Comunidade Javé Nissi

Comunidade Javé Nissi

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