Combatendo o Pecado – Podando o Mal pela Raiz!

Combatendo o Pecado – Podando o Mal pela Raiz!

Considerações:

Propomo-nos aqui uma reflexão que nos ilumine e possibilite uma atitude diante do pecado, visando descobrir o que muitas vezes acontece conosco, tendo em mente que procuramos renunciar o pecado com toda a nossa força, mas de tempos em tempos ele volta a bater em nossa porta, e de novo estamos procurando o padre para mais uma confissão, ou melhor, a confissão dos mesmos pecados.

Cortando o mal pela raiz:

É preciso aprender a combater o pecado na sua raiz e não na sua superficialidade.

Raiz → de onde se originou o problema, qual é a sua raiz, o que de fato esta nos levando a fazer o que fazemos hoje, ou porque sofremos estas consequências.

Superficialidade → intenção de resolvermos o problema (pecado aparente) que agora nos aflige, e dizemos: faço o que for necessário, eu confesso, renuncio, procuro direção espiritual, enfim faço o que for preciso. Mas meu foco esta no problema (aparente / nem toda dor no estômago é diarreia) e não na sua raiz.

Três passos para uma atitude radical:

1° dialogo sincero: vamos nos assentar e falar sobre o fato (pecado ou problema).

Porém não vamos nos deter somente sobre o que agora está nos afligindo, e sim no porque chegamos até aqui, onde erramos (Pecado no grego é hamarthia = erro de alvo).

Muitas vezes erramos, até com boa intenção, o problema é que o tentador espera e sempre nos propõe estas falhas, o desejo do diabo é que nos desviemos do alvo, da meta, e a partir daí ficaremos predispostos, ou sujeitos, a uma escravidão (Jo 8,34).

Uma vez que erramos o alvo (Pecamos) a luta do diabo conosco não é para que não pequemos e nem que não nos confessemos e, sim que não busquemos nem descubramos a raiz do pecado, pois assim, ele sabe que mais cedo ou mais tarde acabará nos dominando novamente.

2° radicalidade: na decisão que eu preciso tomar.

Uma coisa é nos descobrirmos à raiz do problema, outra coisa é nos querermos arrancar este mal pela raiz.

O grande problema nosso hoje é que nos adaptamos ao pecado, isto quer dizer:

▬ Nossa! Mas ter que me afastar dessas amizades é radical de mais…

▬ Não poder beber é radical de mais…

▬ Não poder ir às festas é radical de mais…

Daí o tentador, Pai da mentira nos instrui:

“Não precisa tudo isso, são seus amigos e você sabe bem o quer, não é porque eles fazem que você vá fazer” (I Cor 15,33).

“Que isso, não estou faltando à reunião atoa (lei do mínimo esforço), só estou um pouco cansado (a), sei muito bem o meu limite, sei bem o que eu posso e o que eu não posso fazer, tenha consciência de tudo isso (I Cor 6,12).

Afinal, não é dito que temos de fazer as coisas de coração, hoje não estou com essa disposição.

Esses são alguns dos muitos exemplos de pensamentos, sentimentos regados muitas vezes pela tentação do maligno que nos faz submisso ao pecado, pois no fundo, no fundo, não queremos arrancar o mal pela raiz. A vitória contra o pecado supõe enfrentamento, sobremaneira, de nossas paixões!

Lembremo-nos: em Cristo somos novas criaturas, renunciamos o homem velho, ou seja, Jesus nos ama como somos, mas quer que assumamos a vida nova que para nós ele conquistou! Ele sabe o que melhor para todos nós, e também como o pecado (erro de alvo) nos leva a morte. Somos infelizes porque ainda não somos radicais (isto é, fincar nossas raízes em cristo!) em relação ao pecado.

3° Comunidade: sou comunidade que é diferente de pensar que pertenço ou tenho uma comunidade.

Quando de fato somos comunidade, ela esta presente onde eu estou.

Mesmo que estejamos sozinhos (sem os membros da comunidade) em uma festa, no trabalho, na escola, no carro, no namoro etc. minhas decisões, minha vontade, serão as mesmas, como se estivéssemos com a comunidade. É o mesmo que dizer: estamos no mundo, mas não somos do mundo!

Podemos pensar: EU NÃO ESTOU PRONTO PRA ESTAS DECISÕES, NÃO DOU CONTA DE FAZER ISSO, SÓ EM PENSAR-ME DA UM APERTO NO PEITO.

Jesus nunca falou que seria fácil, mas prometeu que estaria sempre conosco (Mt 28,20). N’Ele está nossa força!

Ele mesmo disse que a carne é fraca e nos mandou orar e vigiar (Mt 26,41; Mc 14,38), mas também nos prometeu que nos daria seu Espírito e sua força (Atos 1,8). São Paulo confirma estas afirmativas (I Cor 10,13).

Dizer que somos comunidade é equivalente a dizer que assumimos um compromisso com Cristo, nos decidimos por Cristo, esta decisão se concretiza na comunidade. A palavra de ordem é convicção.

Nossa força está na misericórdia de Deus, na vivência mútua de irmãos que lutam incessantemente, buscando a cada dia um aperfeiçoamento no ideal de santidade (Mt 5,48).

Decidimo-nos pela convicção de nossa fé (I Jo 5,4), e não pelos sentimentos que assombram nosso coração. Ex:

Assumimos um compromisso, estamos namorando, noivos (a) ou casados (a). Isto não quer dizer que não olharemos para uma mulher bonita, ou até mesmo não sentiremos atração por outra mulher (para as mulheres o inverso), e sim, que estes pensamentos e sentimentos deverão ser cortados pela raiz, o meu compromisso implica em não dar brecha a estas coisas.

Concluindo:

Reconhecer a beleza alheia é saudável, desejar possui-la inviável! Se queremos a vitória, concentremo-nos em perscrutar os designíos de Deus, e a partir deles moderar nossas paixões!

Vinho novo em odres novos!

Autor: Carlinhos Faria – Teólogo – Membro da Comunidade Javé Nissi

Comunidade Javé Nissi

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