Saúde mental e contemporaneidade – parte 1

Saúde mental e contemporaneidade – parte 1

“Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma” (3 João 1,2)

A pouco inauguramos o ano e com ele deu-se início a uma campanha considerável: o Janeiro Branco, mês que traz à tona a luta incessante dos profissionais de saúde em valorizar a saúde mental.

Em uma visão transdisciplinar e humanista, compreendemos que saúde mental engloba a ausência de transtornos ou doenças mentais como também a capacidade do indivíduo de viver e reagir adequadamente (com equilíbrio) diante das circunstâncias e vicissitudes da vida.

Para uma melhor compreensão, podemos dizer que 08somos seres BIOPSICOSSOCIOESPIRITUAL, e falarmos de saúde mental, diante desta perspectiva é falar de indivíduos dotados de capacidade de desenvolver-se fisiológica, psicológica, socialmente, como também, capazes de viver de acordo com propósitos, valores existenciais e necessidades espirituais coerentes.

Ao adentrarmos ao tão esperado Terceiro Milênio e consequentemente ao mundo pós-moderno, os profissionais de saúde mental começam uma luta insistentemente para alertar todo mundo para o crescimento acelerado das taxas de suicídio e depressão.

O Século XXI, conhecido com a era da Medicalização dos sentimentos, mesmo com toda a explosão da indústria farmacêutica em relação aos psicotrópicos, adotar o suicídio como única forma de solução para as questões emocionais tem-se tornado rotineiro, nas grandes e pequenas cidades, nos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

Estas questões começam a surgir pois a HUMANIDADE tem se transformado em uma tropa de dependentes químicos, seja de drogas lícitas ou ilícitas, além de uma população de pessoas que estão insatisfeitas com a vida pessoal, profissional e relacionais. A falta de sentidos e valores espirituais começam a ser substituídos pelos valores de existência – onde tudo pode ser comprado (característica do mundo capitalista) –  e tem agredido e comprometido o desenvolvimentos de histórias de vidas munidas de saúde mental, assim, os relacionamentos passam a ser desarmoniosos, desiquilibrados e as pessoas perturbadas por suas questões mais íntimas e perenes ficando vulneráveis ao suicídio, depressão, ansiedade, bipolaridade, esquizofrenia, transtornos de humor, transtornos alimentares, transtornos compulsivos e obsessivos, transtorno do sono, comportamentos adictos e etc.

Com o aumento do número de transtornos mentais e o empobrecimento da experiência humana, o “Janeiro Branco” é uma tentativa e uma esperança em mostrar às pessoas que elas podem se comprometer com a construção da sua história, seja ela feliz, consciente e agradável durante toda vida.

A cor “Branca” é segundo as ciências óticas a somatória de todas as cores e é sobre ela que todas as outras cores são formadas e destacadas.

Portanto, relacionamos a vida como uma folha em branco, e sobre ela criamos, temos a oportunidade de desenharmos, pintarmos, e sobre ela realizamos, iniciamos, (re) iniciamos projetos e novas histórias.

Convido você, caro leitor, a continuar a leitura sobre este assunto na próxima edição, onde falaremos sobre o aumento exagerado das taxas de suicídio e sobre essa problemática, que ainda é considerada um tabu para a sociedade contemporânea.

Continua…
Parte 2

Comunidade Javé Nissi

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