O AMOR DE DEUS NA CONSTRUÇÃO DE NOSSA IDENTIDADE E AUTOESTIMA

O AMOR DE DEUS NA CONSTRUÇÃO DE NOSSA IDENTIDADE E AUTOESTIMA

A existência de Deus ainda é algo discutido em nossos dias, porém cada vez mais fica explícito ser mais fácil provar a existência de Deus que sua inexistência. O ordenamento do mundo, a beleza da natureza, os mistérios que sondam a natureza humana etc. São tantas coisas que poderíamos elencar para demonstrar/sinalizar a existência de Deus, contudo uma se faz fundamental e é o marco referencial do conteúdo da fé e do relacionamento com Deus. Trata-se do amor: DEUS É AMOR, SE MANIFESTA NO AMOR!

Equivoca-se o cristão que ao ler as escrituras foca sua compreensão no receptor da graça mais que no doador da graça. É muito comum vermos pessoas querendo padronizar um parâmetro de conduta pautando-se em personagens bíblicos, por vezes vemos pregadores que veem/leem a cura do cego e querem a partir dali determinar uma norma de conduta, veem a hemorroíssa, a adúltera e outras e querem fazer o mesmo, contudo, deveríamos inverter o foco, não é o receptor que nos mostra a grandeza de Deus, mas Jesus que distribui e revela essa graça.

Com isto não afirmamos que está errada tal abordagem, todavia é bom que nos atentemos que o foco central é Jesus, o ser humano é único, irrepetível, logo cada ação de Jesus em nosso favor também é única, daí o equívoco de querer padronizar os efeitos da graça. Cada um experimentará esse amor, essa força restauradora, de maneira singular e também responderá a ela da mesma forma.

Experimentar o amor de Deus é sentir a presença d’Ele em nós, é perceber o companheirismo de Deus que caminha conosco, é vivenciar a certeza de um amor doador, que nada pedi em troca e ao mesmo nos dá a sensação de contentamento, de alegria e o melhor, gera em nós uma disposição inequívoca de amar. É como se nosso coração, usando aqui a figura de linguagem, desenvolvesse uma plasticidade, a ponto de suportar contrariedades, aparente absurdas, e ainda assim perdoar, visualizar o bem e o bom na outra pessoa, é reascender a esperança num mundo melhor, em pessoas melhores e, principalmente, acreditar que podemos ser melhores, que nossa existência tem sentido, que a vida vence a morte, que medo é só um momento que superamos com ardor e disposição incessante para vencer.

De todas as ferramentas que podemos utilizar para firmar, e mesmo construir, nossa autoestima, o amor de Deus é indispensável. Não há autoestima onde falta amor, amor ao próximo e a si mesmo, mas principalmente em sentir-se amado (a). Se a pessoa diz que se ama o suficiente e não necessita dos outros para se realizar, com certeza há um equívoco, ou ela não se conhece, ou conhece o suficiente para maquiar suas carências.

A construção de nossa identidade, ou se quisermos, a construção do amor próprio é uma tarefa que pressupõe um interesse vivo, ativo e coerente em tudo o que é bom e principalmente, na essência do bem e do bom, isto é, Deus. Aproximar-se de Deus, melhor dizendo, abrir-se para sentir esse Deus que está em nós e não nos abandona mesmo quando não o aceitamos ou reconhecemos é começar a casa da base, o contrário é semelhante a começar a construção da casa do telhado. É possível elencarmos aqui algumas dicas para experimentarmos essa presença e vivenciarmos esse amor.

Tenha momentos no seu dia para falar com Deus, abrir seu coração, demonstrar seus medos, suas fraquezas, suas angústias e alegrias e confiar que não te julga, Ele te ama!

Busque uma vida comunitária, ou seja, conviva com pessoas boas, que buscam ideais próximos aos seus, evite a murmuração, a fofoca, a maledicência; empenhe-se em perdoar, rejeite o ressentimento, busque falar com sinceridade sempre que for oportuno; não tema suas imperfeições, antes aprenda a conviver com elas, superando o que é possível e aceitando o que está acima de suas forças. O amor de Deus e a amizade com Ele é combustível que precisamos para bem viver esses passos mudando nossa vida e, consequentemente, contribuindo para o bem dos que conosco convivem e da sociedade na qual estamos inseridos.

Autor: José Carlos Faria – Carlinhos – Teólogo – Comunidade Javé Nissi

Comunidade Javé Nissi

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