Combate espiritual

Combate espiritual

Queridos irmãos e irmãs

Graça e Paz

O Evangelho está envolvido em um combate muito feroz. O combate trava-se em duas frentes: no mundo e, como uma guerrilha, dentro da Igreja. Há pouco tempo as verdades fundamentais da fé eram aceitas como verdadeiras e como princípios de vida; os princípios da moral e da conduta judaica-cristã eram os padrões aceitos igualmente por crentes e não-crentes, eram aceitos…

As ondas do materialismo e do ateísmo espalharam-se. Satanás lança sucessivos ataques de desistência. Em parte, porque os cristãos são mais motivados a alcançar o sucesso no mundo do que viver a fé. Muitos já não frequentam a Igreja e se desligaram; outros nunca ouviram o evangelho. Inúmeros cristãos não testemunham o Evangelho. Apesar de toda liberdade que possuímos, não anunciamos por medo ou por conveniência. Tem-se a impressão que o Evangelho de Jesus está perdendo terreno na sociedade contemporânea.

Hoje em dia jovens e velhos são abordados por falsos “evangelhos” e “palavras de vida” mentirosas. O “discurso” e a “mentalidade” do sucesso material, da ascensão social, do prazer e da riqueza são anunciados pelos meios de comunicação. O individualismo é o credo de nossos dias. Os programas de realização pessoal e autoajuda são a “doutrina” seguida pela modernidade. Os movimentos gerados pela cultura pós-moderna nos impelem para o centro de nós mesmos em vez de para o centro da vontade divina.

Ouvimos constantemente que a raça humana é essencialmente boa e não precisa da salvação divina. Não é raro defenderem a fornicação, o adultério ou a homossexualidade, como procedimentos corretos para quem os considera significativos, afetuosos e satisfatórios, pois que ajudam a pessoa a entrar em “contato com seus sentimentos” – esse o argumento mais comum.

Mesmo na Igreja, se dá um combate terrível. Luta-se pela pureza e a plenitude da autêntica mensagem evangélica. Todas as forças do mal à solta no mundo exercem um efeito corrosivo e corruptor em seus membros. A Igreja é o corpo de Cristo e Jesus é sua cabeça e “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”, contudo, a Igreja é também um povo peregrino, passando por muitas dificuldades. A afirmação que basta fazer o bem social e já se é cristão, sem a responsabilidade de confessar a Fé, tese do “cristão anônimo”, penetrou nossa comunidade eclesial.

No meio desta triste realidade somos chamados a anunciar a alegria ao mundo, a proclamar a boa nova de Jesus. É um combate espiritual “contra o Príncipe deste mundo”, Satanás, que produz, com suas astúcias, esta mentalidade que permeia nossa cultura. Este não é um” discurso obscurantista e medieval”, como diz Papa Francisco, “é atual”!

O que devemos fazer em face de astúcias e meias-verdades?

A experiência concreta da graça de Pentecostes (batismo no Espírito Santo) nos dá a convicção para o testemunho cristão em meio a tamanhas dificuldades. Esta experiência faz desencadear em nós o poder do Espírito Santo e assim assumir com ousadia (parresia) o combate que nos é proposto. Pelo Espírito somos motivados pelo Amor a entrar no campo de batalha.

A grande missão não foi dada apenas aos discípulos de outrora. É uma missão “do tempo presente”. Jesus nos fala hoje, por intermédio das palavras de são Paulo: “Revesti-vos da armadura de Deus…” – Ef 6,11-13.

De maneira talvez sem precedente na história, nós da Igreja estamos equipados para evangelizar. Nós que temos o verdadeiro conhecimento da Palavra de Deus – no próprio Jesus e em suas Sagradas Escrituras – para guiar-nos e dirigir-nos, equipados com a graça da Redenção e assistidos pela intercessão dos Santos.

Temos o maior Rei, as melhores armas e a mais preciosa e nobre das causas. Jesus nos chama para abrirmos nosso coração, para abandonarmos nosso egoísmo e nosso pecado e nos alistarmos sob sua bandeira com a disposição de dar tudo que temos para sua Glória, sua Vitória e Seu Senhorio!

Peço que, pela intercessão de Nossa Senhora Aparecida, Deus os abençoe.

Em Cristo

Tatá

Tácito Coutinho - Tatá - Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi

Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi

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