Problemas do Namoro que Podem Chegar ao Casamento

Problemas do Namoro que Podem Chegar ao Casamento

Namorar é conhecer, é se preparar para compromissos mais sérios. Não são poucas pessoas hoje que não levam a sério tal relacionamento. Devido a influência midiática, bem como as músicas que agitam a juventude em nossos dias, o namoro tem se tornado cada vez mais banal, trair torna-se natural, transar é parte do pacote.

Até aqui não vimos novidade alguma, mas a inovação aparece quando se trata de casamento. Embora a moda do: Pega, mas não apega! Ainda esteja em voga, o inconsciente coletivo ainda é tradicional, no que tange a casamento, todos aparentemente fogem, porém quando se animam a casar querem uma relação que seja para a vida toda, firmam seus pés na fidelidade; em tempos de namoro a traição que por vezes era pensada ou até praticada passa a ser deixada de lado e o desejo de uma família feliz reaparece.

Tal realidade demonstra o que realmente anseia o ser humano, isto é, fomos feitos para o amor, um amor de doação de felicidade, mas que também passa por desavenças, no entanto, tem em sua matriz a marca da superação. Ser família, constituir família é uma marca indelével do criador na criatura, é o selo de Deus em nós. Todavia, aumentam consideravelmente o número de pessoas que se casam e acabam dando uma escorregadinha em suas relações, não que elas não amem a pessoa com quem se casaram, o problema é o vício, ou melhor, a mentalidade adquirida.

Por conta da vida a que se sujeitaram nos tempos de solteirice, as pessoas acabam adquirindo vícios que nem mesmo elas sabem que tem. Daí a necessidade de um tato apurado dos conselheiros matrimonias ou de juventude para captarem esses problemas que se escondem nas entrelinhas das ações. Muitas vezes é sincero o “Eu te amo”, ainda que o/a declarante tenha cometido uma traição. Que fique bem claro, nada justifica a traição, mas a vida pregressa pode produzir atenuantes.

Assim sendo o maior dever dos orientadores de jovens e de casais está em aprender a ler nas entrelinhas da relação. Caminhamos numa linha muito tênue, pois temos de um lado aqueles que negam totalmente o valor do matrimônio, seja quando incitam o pagar com a mesma moeda, ou quando instigam o término da relação. Nos momentos pós eventos, como no caso da traição, essas ideias são as primeiras que aparecem, contudo eles não possuem a graça sanante, não são capazes de curar a ferida e muito menos de gerar esperança. Do outro lado temos os religiosos que creem no valor do matrimônio, o defendem com unhas e dentes, mas não tem o tato necessário para a situação. É muito comum vermos conselheiros religiosos orientarem os casais de namorados e casados, com punho de doutrina, a saber, método Billings, como se pode ou não praticar o ato sexual etc.

Conselhos válidos, mas sem dúvida alguma, secundários, pois eles não chegam a raiz do problema, se quisermos realmente prestar um serviço que faça a diferença, devemos mostrar a beleza do matrimônio e suas dificuldades, que englobam principalmente a sexualidade e que traz por trás de si a ausência ou no mínimo um diálogo mal feito. Por conseguinte, faz-se necessário alertar os jovens aos caminhos sinuosos que a sexualidade comporta, ainda mais se vividos fora de seu tempo e ambiente próprios.

Quanto mais e melhor orientados forem esses jovens em seu namoro, ou mesmo, o casal em suas relações, maior eficácia preventiva produzirá nosso trabalho de evangelização, logo o desafio para nós cristãos no tempo atual é redirecionar o foco, sem abrir mão da doutrina, ser capaz de produzir uma sensibilidade pastoral que vá ao encontro daqueles que almejam na fé um amparo, uma luz, um ombro amigo. Compreender o sentido do namoro e visualizar alguns dos principais problemas do matrimônio é uma santa receita e um sinal de autêntica preocupação com o futuro.

Sejamos Católicos, sejamos fiéis, mas acima de tudo aprendamos com Cristo que o caminho da fé é o amor e, só posteriormente, a doutrina. Primeiro experimentar Deus e seu amor sanador e depois apresentar os caminhos que iluminam essa vivência.

Autor: José Carlos Faria – Carlinhos – Teólogo – Comunidade Javé Nissi

Comunidade Javé Nissi

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