Fé e Participação Política

Fé e Participação Política

“Que haja entre nós o mesmo sentir e pensar que no Cristo Jesus” (Fl 2,5)

“Todo cidadão almeja ser liberto da miséria, encontrar com mais segurança a subsistência, a saúde, um emprego estável. A política social diz respeito ao bem comum da sociedade; assim, por exemplo, a organização da saúde, a rede escolar, os transportes, os salários, tudo tem a ver com política social. Lutar para conseguir um posto de saúde no bairro, se unir para trazer a linha de ônibus até o alto do morro é fazer política social. Essa política significa a busca comum do bem comum. Nesse nível todos os cidadãos e todos os cristãos católicos ou evangélicos podem e devem participar” (Populorum progressio).

A crise que enfrentamos no estado brasileiro é devido aos escândalos constrangedores onde a maioria de nossos representantes perdeu o foco da prática do “Bem Comum” pela prática do favorecimento pessoal, tendo como resultado uma sociedade desacreditada da ação política.

Esse descrédito só será vencido quando houver de nossa parte uma participação efetiva na política e esse desafio precisa ser acolhido por você cidadão, por você que coloca sua vida a serviço da Igreja, a serviço do Reino de Deus.

Como realizar essa participação? Há várias formas de participação na política. Uma delas é o “voto”, outras se dão no acompanhamento dos mandatos dos que foram eleitos, mas quero citar outra que vejo extremamente importante que é o Conselho Paritário.

Os Conselhos de Direitos ou Conselhos de Políticas Públicas ou Conselhos Gestores de Política Pública Setoriais são órgãos colegiados, permanentes, paritários e deliberativos, com a incumbência de formulação, supervisão e avaliação das políticas públicas. Os conselhos são criados por lei, com âmbito federal, estadual e municipal. É através dos conselhos que a comunidade (através de seus representantes) participam da gestão pública.

São conselhos de constituição obrigatória para repasse de verbas federais, com atribuição de formular ou de propor, supervisionar, avaliar, fiscalizar e controlar as políticas públicas, no seu âmbito temático: Conselhos de Assistência Social – Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente – Conselhos de Saúde.

Esta na hora de fazermos a diferença e não mais transferir a responsabilidade para outros, mas assumir nosso papel exercendo a cidadania que deve ser orientada pelos valores da ética e do evangelho de Jesus Cristo. Estes valores precisam ser prioridade e essência de nossas vidas ao nos dispormos para realizar tais serviços. Sem eles qualquer proposta de mudança será vazia e sem significado.

“A fé diretamente tem a ver com Deus e seu desígnio sobre a humanidade. Mas ela está dentro da sociedade e é uma das criadoras de opinião e de decisão. Ela funciona como uma bicicleta; possui duas rodas mediante as quais se torna efetiva na sociedade: a roda da religião e a roda da política. A roda da religião se concretiza pela oração, pelas celebrações, pelas pregações e pela leitura das Escrituras. Pela roda da política a fé se expressa pela prática da justiça, da solidariedade, da denúncia da corrupção. Como se vê, política aqui é sinônimo de ética. Temos que aprender a nos equilibrar em cima das duas rodas para poder andar corretamente. Concretamente, fé e política se encontram juntas na vida das pessoas” (Leonardo Boff).

“A fé inclui a política, quer dizer, um cristão pelo fato de ser cristão, deve se empenhar pela justiça e pelo bem-estar social; também deve optar por programas e pessoas que se aproximem o mais possível daquilo que entendem ser o projeto de Jesus e de Deus na história.” Foi o que o Papa Francisco ressaltou quando esteve no Brasil. Que o Espírito Santo nos ilumine e oriente nossas ações.

Autor: Sergio de Jesus da Silva – Ministério Matias – Comunidade Javé Nissi

Comunidade Javé Nissi

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