A Afetividade no Caminho da Maturidade
Já nascemos afetivos e sexuais! Embora a afirmativa seja forte e, confronte a tese da Ideologia de gênero, trata-se de uma verdade indubitável, pois nascemos com a profunda necessidade de relação, de afeto, somos anatomicamente sexuados. Nossa anatomia já nos confere a identidade sexual, seja ela pela vagina ou o pênis, aí está à configuração de nossa identidade sexual e a construção de nossa afetividade.
A junção da afetividade com a sexualidade são os pilares mestres da identidade!
Não são poucas as pessoas e meios utilizados para implantar na mente de nossas crianças imagens e frases com a intenção de deturpar os valores basilares de sua relação afetiva e sexual. Com a falsa ideia de que a sexualidade será uma descoberta, que o gênero como definição de identidade só é possível depois de um longo tempo, de muitos experimentos e com muita liberdade.
Uma ideia aberrante! Isto sim! Um bando de mal intencionados e opositores ferrenhos da dignidade do ser humano, estes são os ideólogos de gênero! De todas as relações que traçamos em nossa vida, nenhuma delas toca tão profundamente o ser humano como sua sexualidade. Se ela é bem vivida é sinal claro de saúde, de integridade. O contrário é uma porteira aberta, um cavalo de Tróia que avassala a individualidade, coisifica a pessoa, mascara o amor e estraçalha a personalidade.
O homem é um ser com necessidade de complementaridade, de relação. A relação é o caminho que Deus propôs a ele como via de crescimento e amadurecimento, de equilíbrio e de realização. O amor é o eixo central de todo esse processo!
A afetividade nos ensina que precisamos do outro, ela não se constrói sem o outro. Como princípio de complementaridade os afetos nos colocam em agrado e desagrado com as pessoas. Quanto mais nos fechamos aos relacionamentos, mais nos machucamos, ficamos egoístas e carentes. Quanto mais nos damos à relação, com sinceridade e desinteressados, mais curados somos. A comunhão pressupõe a verdade, os princípios e a doação para que ela exista realmente. Tudo isso se da na afetividade!
Sem esta sadia afetividade os relacionamentos, principalmente os que envolvem a dimensão genital sexual, tornam-se doentios. Basta que vejamos os casais enciumados, demonstram visivelmente sua carência, sua afetividade mal construída, embora com verdadeiro amor um pelo outro, acabam matando a relação e a si mesmos.
Nada pode ser mais pernicioso para a construção de nossa afetividade que a ausência de um amor desinteressado. Dificilmente aqueles que sofrem a ausência desse amor conseguem se doar sem cobrar, tudo gira entorno da desconfiança, criasse um verdadeiro capitalismo afetivo.
De alta valia neste momento é o processo da cura interior, de permitir que Jesus visite essas relações doentias, revele seu amor que é atemporal, superior ao nosso egoísmo e extremamente fecundo, capaz de adentrar nossa história, a ponto de podermos reescrevê-la, colocando um novo sentido em nossas relações, restaurando o namoro, o casamento. É verdadeiramente um facho ofuscante de luz que dissipa profundamente nossas trevas, permitindo ver o mundo, as pessoas e nós mesmos com outros olhos.
Precisamos refletir sobre os seguintes pontos:
Consigo amar e servir aos outros desinteressadamente? Acredito que alguém possa me tratar bem desinteressadamente? O que entendo por amor doação (Ágape)?
Autor: Carlinhos Faria – Teólogo – Membro da Comunidade Javé Nissi