Comunidades, Uma Necessidade Hoje

Comunidades, Uma Necessidade Hoje

A Ofensiva Nacional, em seu Objetivo I, ”Ser testemunha”, estabelece: “Ser conhecidos como uma Comunidade a exemplo de Atos 2, 43-47, Carismática, Missionária e Mariana.
A Ofensiva Nacional entendeu como necessidade, a busca de modelo eclesial fundado nas comunidades, para que a Renovação Carismática pudesse permanecer na Igreja e realizar sua missão na Igreja e como Igreja.
A partir deste objetivo, iniciou-se uma reflexão sobre aos fundamentos para uma Comunidade Eclesial de Renovação, tomando por referência o desejo da Igreja na América Latina em formar comunidades eclesiais na base da Igreja. Daí uma aproximação da fundamentação das CEBs, já que os Grupos de Oração também se organizam na “base” da Igreja.

Ofensiva Nacional, Livro 1 – “…e sereis minhas testemunhas”
Editora Santuário, Coleção Paulo Apóstolo– 1993, p. 6

“Um dos mais importantes resultados da Renovação é o despertar do senso comunitário. Esta ênfase na comunidade cristã, onde sacerdotes e leigos compartilham a sua vida, contrasta com o individualismo que domina nossos dias. Uma vida comunitária deste tipo está marcada por diversos ministérios baseados em carismas, onde reina uma reciprocidade de serviço. O caráter participativo da vida comunitária e do culto reflete a natureza da Igreja onde os carismas são o princípio de ordem e de estrutura”.

SUENENS, J. L. Cardeal e outros – Orientações Teológicas e Pastorais para a Renovação Carismática Católica,
Edições Loyola, 1975 – p 90

“O ser comunidade é uma aspiração natural e própria daquele que descobriu Deus como Pai por Jesus cristo e dele recebeu o Espírito Santo que nos torna irmãos. A aspiração à vivência fraternal e solidária é da própria fé, e temos de caminhar até realizar o ideal evangélico de não possuir nenhum necessitado entre nós”.
Ofensiva Nacional, livro 9 – Comunidades de Renovação Rumo ao Novo Milênio

Editora Santuário – Coleção Paulo Apóstolo, 1998, p. 5

Comunidades, uma necessidade hoje
O cristianismo é por essência comunitário. Mas se isso é verdade em todo tempo e em todos os lugares, o cristão de hoje tem necessidade de reencontrar comunidades cristãs, não somente para viver sua fé, mas para sobreviver, como cristão, num mundo sempre mais estranho ao cristianismo.

Somos perigosamente ameaçados por uma modelagem coletiva, por uma sociedade que impõe ao homem sua própria imagem, seus próprios critérios sem outra referência a não ser ela mesma. Se a humanidade progrediu em muitos setores, está atrasada em muitos outros, como o relaxamento dos costumes, a criminalidade crescente, as violências, os atentados. O cristão respira o ar deste mundo.

“Um cristão, para viver uma verdadeira vida cristã, deve encontrar-se num ambiente no qual o cristianismo seja abertamente aceito, onde se fale dele, onde seja vivido. Ora, os católicos encontram sempre menos semelhante ambiente. Quando a sociedade como tal não mais acolhe o cristianismo, torna-se necessário formar comunidades no interior da sociedade a fim de tornar possível a vida cristã. Muitos cristãos foram educados a identificar aquilo que está bem em matéria religiosa com aquilo que a sociedade em seu conjunto reconhece como tal. Vendo que a sociedade hoje não é mais unânime, muitos sentiram, de fato, um enfraquecimento em sua fé e em suas práticas cristãs”.[1]

Tratando-se de cristãos, o “viver juntos” como tal ainda não basta para definir uma comunidade cristã. Esta só existe verdadeiramente em função de Jesus Cristo que os cristãos invocam explicitamente e a quem procuram seguir como Mestre de vida, Salvador, Senhor. Uma comunidade não é autenticamente cristã a não ser que tenha respondido ao apelo de Jesus Cristo para ser conduzida por seu Espírito ao coração do mundo.

O que no cristianismo é único e o constitui, não é um conjunto de princípios ou de valores, mas Jesus Cristo. O que é capital é o sentido de sua vida, de sua morte, de sua ressurreição, de sua presença atual por seu Espírito.

Se Cristo é um nome vago que significa amor pela humanidade, e se reduzimos o Evangelho a um humanismo social, o nome de Jesus pode ser substituído por qualquer líder “messiânico” entre tantos que se apresentam hoje. Não podemos falar de renovação na Igreja, se esta renovação não se refere, antes de qualquer coisa, a uma redescoberta em profundidade da relação pessoal do cristão com Jesus Cristo. É preciso que primeiro se exponha o verdadeiro sentido do batismo em Jesus Cristo, para viver em seu seguimento.

Jesus Cristo é a pedra angular, o fundamento de toda comunidade cristã. Para que uma comunidade cristã possa viver e sobreviver, tem necessidade de uma razão de existir. Esta razão é Cristo. Nada pode substituí-la. Ele a anima interiormente por seu Espírito. Sem ele, pode haver encontro de pessoas, mas não há verdadeira comunhão.

[1]Clark, Stephen ,Wbere are we headed?, Charismatic Renewal Services, Notre Dame, 1973. pp 33, 40. 43.


 

Autor: Tácito Coutinho – Tatá – Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi

Comunidade Javé Nissi

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