A era da Ansiedade

A era da Ansiedade

Portanto, não se preocupem, dizendo: ‘Que vamos comer?’ ou ‘Que vamos beber?’ ou ‘Que vamos vestir?’ Pois os pagãos é que correm atrás dessas coisas; mas o Pai celestial sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês. Portanto, não se preocupem com o amanhã, pois o amanhã trará as suas próprias preocupações. Basta a cada dia o seu próprio mal.  (Mateus 6:31-34)

A era da Ansiedade

Adaptar-se ao mundo moderno e estar na agitada dinâmica existencial da modernidade — sociedade industrial, capitalista, competitiva e consumista — são requisitos para o surgimento da ansiedade, estado comum do homem moderno.

A palavra ansiedade tem origem do latim “Anxietas”, que quer dizer “Angústia”, de “Anxius”, que se refere a “mente perturbada, problemático, pouco à vontade”, e do verbo “Anguere”, que remete a “apertar, estreitar”,  figurativamente “Atormentar, causar tensão”.

Para melhor compreendermos a ansiedade, fisiologicamente, é importante enfatizar que ela faz parte das nossas vidas desde a Era da Caverna, mas ainda é atual a compreensão sobre seus efeitos no organismo e no psiquismo humano. Ela é inerente ao ser humano, ou seja, todos nós possuímos um potencial ansioso, que não se separa do medo e não se difere do estresse; mas ela passou a ser considerada um distúrbio quando deixamos de nos preocupar somente com a nossa sobrevivência e passamos a viver a serviço da nossa existência: das circunstâncias quantitativas e qualitativas.

Assim, a ansiedade é um sintoma que representa o estresse. Em nossos ancestrais o mecanismo de ansiedade-estresse era destinando à sobrevivência da espécie através dos perigos relacionados à luta pela vida (ameaças pelos animais ferozes, pelas guerras entre as tribos, pelos problemas climáticos, pela busca de alimentos, por espaço geográfico etc). No ser humano do mundo pós-moderno, o equipamento biológico da ansiedade-estresse continua existindo, mas é manifestado de forma diferente e nem sempre são ameaças concretas — na maioria são apenas ameaças abstratas: dupla jornada de trabalho, competitividade social e profissional, segurança, sobrevivência financeira, entre outras.

São sintomas comuns do estado ansioso: tensão, sudorese, palpitação, inquietação, sensação de medo, apreensão, estado de alerta (sensação de que algo está para acontecer). A ansiedade pode se manifestar em diversos níveis: neuroendócrino (hormônios e seus efeitos no organismo), visceral (funções como a respiraçãocirculação do sangue, controle de temperatura e digestão) e a consciência (esgotamento — um estado em que nossas reservas de recursos para a adaptação se acabam).

A ansiedade e o estresse podem ser positivos na nossa vida se entendermos que eles nos ajudam na adaptação ao meio e às novas situações que vivenciamos diariamente. A intensidade elevada da ansiedade é que a caracteriza como um transtorno (Transtorno de Ansiedade Generalizada), em que as pessoas vivem há mais de seis meses com os sintomas e, com frequência, são preocupadas excessivamente com situações cotidianas responsabilidades, finanças, saúde, problemas com filhos,  tarefas domésticas, entre outras.

Para o tratamento do Transtorno de Ansiedade Generalizada, é importante ajudar o paciente a perceber o que  alimenta a sua preocupação, compreendendo suas crenças, seus medos e receios, bem como sentimentos e pensamentos negativos que limitam sua vida. Faz-se necessária a combinação de medicamentos e Psicoterapia, como também um estilo de vida saudável: sentir-se bem com sua rotina, vivência religiosa, prática de esportes e vida social.


Autor:  Lú Cazaroto – Psicóloga – Comunidade Javé Nissi

Comunidade Javé Nissi

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