Pentecostes: o Cumprimento da Promessa
Passados alguns dias de Sua ressurreição, Jesus cheio do Espírito Santo, cumpriu sua promessa: enviou do céu a torrente do Espírito sobre seus discípulos que estavam em oração com sua mãe Maria. Conta o livro dos Atos dos Apóstolos capítulo 2, versículos 1 a 4.
Se o batismo na água marcou o princípio da missão evangelizadora de Cristo, a inauguração da era messiânica, propriamente dita, da manifestação do “Filho de Deus” aos “filhos de Deus”, o batismo no Espírito Santo, em Pentecostes, marcou a instauração do reino de Deus sobre a terra, pelo seu Espírito. É o estabelecimento de uma nova vida espiritual, vida da graça, princípio e penhor, já neste mundo, da vida da glória, na eternidade. Era chegada a hora da adoração que o Pai quer, a verdadeira adoração, “em espírito e em verdade” (Jo 4,23).
É a consumação e a coroação do grande mistério da Páscoa, a sua plenitude, no dizer de Santo Agostinho (Sermão 43). Assim, Pentecostes não é somente a festa do Espírito Santo, mas de Cristo, fechando um capítulo da História da Salvação, e abrindo outro, pelo Seu Espírito. Podemos dizer também que é a grande “festa de aniversário da Igreja”, o natal do Espírito Santo.
Pentecostes não foi apenas um acontecimento da Igreja nascente, Pentecostes continua e é ainda hoje: “e rogarei ao Pai e ele vos dará um outro Paráclito para que convosco permaneça para sempre” (Jo 14,16). Fundada a Igreja de Cristo, espalhou-se por toda a terra, governada pelo Espírito Santo, juntamente com o Pai e o Filho.
Pentecostes continua incessantemente pela ação interior do Espírito. Permanecem a graça e a virtude de um Pentecostes perene, embora o Pentecostes histórico tenha passado. A ação universal do Espírito não deixa por isso de ser sempre fecunda. Quando celebramos a festa de Pentecostes, não recordamos um mistério passado, um acontecimento longínquo, mas a presença continuada do Espírito Santo na sua Igreja, como celebra a liturgia do dia: “… por meio de Cristo Senhor nosso, que tendo subido aos céus, derrama hoje o Espírito Santo que havia prometido” (Prefácio da Missa de Pentecostes). Está na nossa mão o pedir e o receber.
Pentecostes não foi outra coisa senão Cristo glorificado, cheio do Espírito Santo, que abriu seu coração para derramar seu Espírito sobre os seus e assim transformá-los em novas criaturas. Tão generosa e abundante, porém, foi a doação do Espírito que o próprio Jesus havia chamado de “Batismo no Espírito Santo”. Batizar significa submergir, estar totalmente inundado, cheio. O Batismo no Espírito Santo em Pentecostes foi uma plenitude do Espírito Santo que inundou os Apóstolos de tal forma que os encheu completamente.
Autor: Tácito Coutinho – Tatá – Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi