A chegada do bebê é um fenômeno na família

A chegada do bebê é um fenômeno na família

“Mas o amor leal do Senhor, o seu amor eterno, está com os que o temem e a sua justiça com os filhos dos seus filhos, com os que guardam a sua aliança e se lembram de obedecer aos seus preceitos.” – Salmos 103:17-18


Um bebê nasce e com ele nasce uma família que passa por uma transformação social, espiritual, biológica, social e relacional.

Quando se pensa em um casal educado para receber este filho, deduz-se que a gravidez foi desejada e planejada, então, os transtornos relacionais, os traumas e as crises são consideravelmente menores, pois há maior aceitação dessas transformações, que vêm acompanhadas e carregadas de emoções, as quais podem interferir no processo gestacional e, consequentemente, no desenvolvimento do bebê.

Da gravidez “ao acaso” e não planejada geralmente surgem personagens diferentes: pais e avós que recebem a notícia de forma a não ajudar e acolher os protagonistas. O pai traz para si seu próprio pai, sua relação com ele e a sua paternidade e fica confuso com o novo papel da mulher, que agora será mãe de seu filho; e a mãe se perde diante da pergunta de quem é esse pai e marido que está surgindo. Ambos trazem as próprias vivências com seus pais para a situação que estão começando a experimentar, da qual surgem muitas situações complexas capazes de interferir em toda uma vida.

O preparo para a maternidade se faz necessário durante a gestação e fará uma diferença considerável no pós-parto, momento em que a maternidade se torna real com a chegada do bebê. Um pré-natal psicológico possibilita à mãe aceitar seu novo papel de forma natural.

São muitas as expectativas e fantasias em torno de uma gravidez, e elas não acontecem somente para a mãe, mas para toda a família: avós, tios, primos. E a mulher precisa entender que nem sempre essas fantasias serão reais e que as expectativas podem ser frustradas. Com essa ideia, é possível ter uma maternidade responsável e saudável.

Toda vinda de um bebê representa uma missão para a família.A partir da sua chegada, grandes transformações acontecerão, principalmente no casal, que deixa de ser somente marido e mulher e passa a ser também pai e mãe.

Muito se fala do enxoval, do quartinho, do chá de bebê, do nome, mas pouco se fala de como a mãe e sua família se preparam psiquicamente para a chegada desse novo membro familiar. Diante disso, o que não se compra é o mais importante: a recepção da mulher e do homem, que assumem um novo papel, até então desconhecido e fantasioso. O colo, o carinho, a disponibilidade, a atenção e a compreensão de todos que estão à volta da mãe são cruciais para que ela consiga exercer, sem nenhuma interferência do mundo, a maternidade!

Com o nascimento do bebê, a mãe encontra-se em uma situação de fusão (não separação) emocional com ele, assim, fica por um período menos disponível para as questões de ordem prática que não o envolvam, como as contas, rotina doméstica, trabalho, entre outras. Diante disso, o pai e a família têm papel fundamental de cuidar dessas demandas para que a mãe fique incondicionalmente disponível para o bebê.

A disponibilidade emocional, a divisão e compreensão das expectativas e responsabilidades da mãe será imprescindível para a saúde mental do bebê  e a adaptação da mulher à sua nova missão: SER MÃE!

Autor:  Lú Cazaroto – Psicóloga – Comunidade Javé Nissi

Comunidade Javé Nissi

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