A autoridade do ministério é exercida na autoridade de Cristo
A autoridade do ministro vem da autoridade de Cristo. É um dom do Espírito Santo, isto é que faz sua diferença entre a sua e as outras autoridades. Não é uma simples delegação de poder, vinda dos cristãos, sua autoridade representa a de Cristo (Os ministros na Igreja, p. 28).Ele está exercendo o seu ministério, não mais como alguém que exerce uma função ou serviço, mas como o próprio Cristo exerce. Ele é a Cabeça do Corpo, que é a Igreja.
A autoridade do ministro de Deus é dependente de Cristo, exercida em nome de Cristo: “Senhor, até os demônios se nos submetem em teu nome!” (Lc 10,17). Os ministros de Cristo são seus representantes autênticos no mundo: “Não fostes vós que me escolhestes, mas eu vos escolhi a vós e vos constituí para que vades e produzais frutos, e o vosso fruto permaneça. Eu assim vos constituí, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vos conceda” (Jo 15,16). Portanto, o ministro ao exercer seu ministério hoje, conta com o mesmo poder de Jesus Cristo.
Humildade e autoridade dos ministros
Os discípulos após terem sido constituídos por Jesus, seus ministros, imediatamente se enchem de orgulho e se sentem com o direito de ocupar o primerio lugar (Mc 9,34-35; Mc 10, 35-40). Em relação contrária a esta tendência dos discípulos, “Jesus chamou-os e deu-lhes esta lição: Sabeis que os que são considerados chefes das nações dominam sobre elas e os seus intendentes exercem poder sobre elas.
Entre vós, porém, não será assim; mas todo o que entre vós quiser ser o primeiro, seja escravo de todos. Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção por muitos” (Mc 10, 42-45). Jesus ensina aos apóstolos a considerarem sua missão como um serviço aos irmãos. Devemos saber separar as coisas e reconhecer o nosso nada, que toda a obra boa que realizamos vem de Jesus Cristo e por mais que realizemos grandes e muitas coisas, somos sempre servos inúteis.
Devemos sempre olhar não para as obras das nossas mãos e sim para o Autor destas obras que é Deus. Nunca devemos atribuir a nós os méritos de cada obra que realizamos, mas unicamente a Jesus Cristo.
Todo ministério é um carisma, isto é, “dom” feito pelo Espírito a um membro da Igreja, não para si mesmo, mas para o bem de toda a Igreja. Este caráter “carismático” do ministério confirma seu caráter “funcional”: não se é ministro para si mesmo, mas para os outros.
Entretanto, isto implica uma exigência especial para a Igreja: não foi a comunidade cristã, de certa maneira, que criou seus próprios ministros, não é ela quem doa a si, mas, qualquer que seja o modo de sua designação, ela deve apenas reconhecê-los, discernir aqueles aos quais o Espírito faz este dom para o maior bem de toda a Igreja.
Jesus nos dá o exemplo de que veio para servir, e todos os ministros devem seguir a atitude de Jesus: “Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: “Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu sou. Logo se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns dos outros. Dei-vos o exemplo, para que, como eu fiz, assim façais também vós” (Jo 13,12-15).
Nós não podemos exercer nossos ministérios na mentalidade velha do mundo; Jesus nos propõe algo novo: “Quem é, portanto, Apolo? Que é Paulo? Servidores…” (1Cor 3,5); “Portanto, considerem os homens como servidores dos ministérios de Deus” (1Cor 4,1); “Ainda que livre em relação a todos, fiz-me servo de todos…” (1Cor 9,19). Precisamos ter sempre diante dos nossos olhos que a finalidade do exercício da autoridade é servir ao crescimento dos cristãos e à construção da Igreja (2Cor 10,8; 2Cor 13,10). Nós precisamos ser bons servidores de Cristo (1Tm 4,6), e não de nós mesmos e simplesmente dos irmãos.
O Espírito Santo é a fonte dos ministérios
É importante conscientizarmo-nos que todos os serviços que prestamos ao Reino de Deus, em nome de Jesus Cristo, são de origem divina, acontecem sob a ação do Espírito Santo, é Ele quem nos dará força para testemunharmos Jesus Cristo “até os confins da terra”. Os ministros devem realizar suas tarefas sob o influxo do Espírito Santo. É ele que nos cumula de carismas, sem Ele a nossa missão se torna com baixa eficiência, fraco desempenho, ausência de criatividade, de zelo e de perseverança.
O Espírito Santo comunica ao ministro sua força e o capacita para a ação de servir a comunidade. Foi o que aconteceu com os apóstolos e os discípulos de Jesus em Pentecostes (At 2,1-13); com os diáconos, após a oração feita sobre eles (At 6, 1-7); e com Paulo, após a imposição das mãos de Ananias (At 9,10-30). Com a ação do Espírito Santo todos se tornaram intrépidos ministros do Senhor (Pe. Alírio).
Autor: Tácito Coutinho – Tatá – Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi