Os Movimentos Eclesiais e as Novas Comunidades: dons do Espírito Santo para a Igreja hoje

O Espírito Santo, Senhor que dá a vida, é aquele que enriquece e adorna a Igreja com uma multiplicidade de dons preparando-a para a segunda vinda do Senhor.

Uma das grandes graças do Espírito para a Igreja foi o Concílio Ecumênico Vaticano II, inaugurado pelo Papa São João XXIII em 1962 e concluído pelo Papa Paulo VI em 1965.

Neste Concílio produziu-se uma forte reflexão acerca da Igreja enquanto Comunidade. Buscou-se por meio dele, fomentar grande empenho em favor do aspecto comunitário da Igreja, formar comunidades de rosto mais humano, que incentivassem a participação, e que oferecessem aos fiéis uma experiência de engajamento eclesial (cf. Doc. 71 CNBB nº 139).

Esse aspecto da Igreja-Comunidade emergiu em meio a uma sociedade marcada pelo individualismo e pela Pós-Modernidade, que é fortemente caracterizada por um mundo secularista, relativista, racionalista, e em um estágio acelerado de descristianização. Eis aí um grande desafio para a Igreja e seu apostolado.

Mas a Igreja nunca está sozinha! Ela tem sempre o socorro e a força do Espírito, que caminha com ela, age nela e por meio dela. É o Espírito quem a constrói e a santifica. “Uma vez que o Espírito Santo é a unção de Cristo, é Cristo, a Cabeça do corpo, quem O derrama nos seus membros para os alimentar, os curar, os organizar nas suas mútuas funções, os vivificar, e os enviar a dar testemunho (…)” (CIC 739).

Uma resposta a esse desafio os bispos do Brasil já nos deram: é preciso incentivar novas formas associativas e comunitárias que ofereçam aos cristãos uma experiência eclesial, onde “os fiéis leigos devem procurar não só a própria santificação e a vivência de sua vocação batismal, mas também a ajuda mútua nessa tarefa, unindo-se em comunidades… que colaborem para a sua formação e participação na missão apostólica da Igreja” (Subsídios Doutrinais da CNBB 3 nº 18).

Guiada pelo Espírito Santo a Igreja tem visto florescer sob impulso do mesmo Espírito o fenômeno dos novos Movimentos e das novas Comunidades como expressões associativas dos fiéis para a vivência de sua fé e de sua adesão à vida e missão da própria Igreja. Tal fenômeno visto por São João Paulo II como uma “primavera da Igreja”, tem suas raízes naquela onda de renovação interior produzida pelo Concílio Vaticano II.

Estes novos Movimentos (eclesiais) e as novas Comunidades são um dom do Espírito Santo para a vida da Igreja. Eles têm sido uma resposta generosa do Espírito para uma nova evangelização, com novos métodos e expressões visando atingir os mais diversos ambientes da sociedade à partir da conversão e da experiência pessoal com Cristo Jesus. Neles, os fiéis encontram a possibilidade de se formar cristãmente, crescer e comprometer-se apostolicamente até serem verdadeiros discípulos missionários (cf. Doc. Aparecida 311).

Sendo diferentes das comunidades paroquiais, das comunidades eclesiais de base, das outras comunidades religiosas e até de outros movimentos eclesiais, as Novas Comunidades podem derivar dos novos movimentos ou neles se integrar (cf. Subsídios Doutrinais da CNBB 3 nº 25).

Estas Novas Comunidades que, de modo geral, são de matriz carismática, ou seja, nasceram a partir da espiritualidade da Renovação Carismática Católica, conservando, em comum, a experiência chamada “batismo no Espírito Santo”, constituíram-se ao longo do tempo com carisma próprio e sem necessariamente estarem ligadas as estruturas oficiais deste Movimento Eclesial.

Estas Novas Comunidades podem buscar o reconhecimento canônico diocesano, e após serem reconhecidas e aprovadas por seu bispo tornam-se “associações públicas ou privadas de fiéis”. Como é o nosso caso.

Nossa Comunidade Javé Nissi é uma Associação Privada (Particular) de Fiéis Leigos, organizada como um movimento eclesial de Direito Arquidiocesano sob a forma de uma Comunidade Eclesial (Rede de Comunidades).

Autor: Marcos Henrique dos Reis – Marcão – Comunidade Javé Nissi