Amor Próprio X Baixa Autoestima
Em nossos dias, falar de amor próprio, é falar de questões existenciais, ainda mais no ambiente jovem, principalmente nos idos do ensino fundamental ao ensino médio. Podemos definir o termo amor próprio como autoestima. Seu oposto, a baixa autoestima, tem tomado o coração e a mente de muitos de nossos jovens gerando resultados imprevisíveis e até desastrosos. Nos propomos aqui a falar um pouco sobre essas crises e apresentar algumas dicas de superação.
A baixa autoestima tem causado danos sérios à juventude, faz com que alguns se tornem objeto nas mãos de amigos e até desconhecidos. Não é nada incomum vermos jovens se entregando desenfreadamente na sexualidade como uma tentativa de se valorizar, iludidamente pensando que a fama momentânea, ainda que pejorativa (galinha, biscate, pegador (a)), os fará sentir melhor, mesmo que no fundo eles saibam que a alegria é na verdade euforia, isto é, sentimento aparente e não verdadeiro.
Podemos ainda mencionar os crescentes casos de automutilação, por vezes, com intenção de chamar atenção e outras com o desejo de se livrar da angustia existencial, tentando curar a dor com a dor. O cenário é dramático e sério, demanda uma séria reflexão por parte de professores e corpo docente que comumente descobre o fato primeiro que os familiares. Na essência de toda essa problemática está um grito de socorro, que por vezes parece um sussurro, dizendo: eu preciso me sentir amada (o) e acolhida (o).
Um destacado professor de Harvard, Tal Bem-Shahar, na área de psicologia positiva, tem se destacado com um curso sobre felicidade, onde 20% dos alunos da Universidade aderem ao curso todo semestre. Dentre seus ensinamentos eles destaca a importância de agradecer a Deus pelo que você tem, praticar atividade física, boa alimentação, ser assertivo (direto, objetivo e afirmativo), enfrentar desafios, ouvir boa música e até usar sapatos confortáveis. O curso é conhecido também como ciência da felicidade! O que chama atenção é que esta ânsia pela felicidade que é comum em todos os seres humanos, tem ocupado corações tanto ricos quanto pobres, de gente bonita e gente feia, se é que assim podemos dizer.
Ninguém está isento de querer ser feliz, mas é necessário alarmar para uma questão que tem passado despercebido aos olhos tanto de adultos quanto de adolescentes, isto é, ninguém é feliz o tempo todo, somos inconstantes, temos altos e baixos, isso precisa ser falado sobre os muros, nos telhados, embora aparentemente todos saibam dessa nobre verdade, as condutas têm demonstrado o contrário. Se queremos alcançar o patamar da autoestima devemos começar nos conhecendo, sabendo de nossas imperfeições, reconhecendo que elas fazem parte de nosso ser, são necessárias em nossas relações de complementação, isto é, nos complementamos sempre no outro, nos relacionamentos de amizade ou mesmo de namoro e casamento é que vamos nos completando.
Sempre haverá um pequeno vazio em nós que somente Deus poderá preencher e haverá também outros vazios que serão preenchidos com boas amizades, momentos de alegria e descontração e não na comparação estética ou financeira. A vida é curta para nos rendermos a questões mínimas, precisando entender que a felicidade é construída e dentre os tijolos usados nessa construção estão momentos de tristeza, de solidão, de medo, de insegurança, etc. O importante é seguirmos em frente, buscarmos ajuda quando necessário, falarmos com Deus a todo instante, na certeza de que Ele é o único que realmente nos entende, mais do que nós mesmos, que não nos julga por nossas falhas e aposta tudo em nossas qualidades. Construir o amor próprio, essa é a palavra de ordem!
Autor: José Carlos Faria – Carlinhos – Teólogo – Comunidade Javé Nissi