ANO NOVO

ANO NOVO

Queridos irmãos e irmãs

Graça e Paz! Feliz Ano Novo!

Em janeiro, logo no início do ano, a Igreja celebra a Solenidade da Epifania do Senhor, aquela conhecida pelo povo como Festa de Reis. A palavra epifania significa manifestação. Guiados pela luz do Menino, os reis, pagãos estrangeiros, vêm de longe para homenagear o Menino, recém-nascido. Assim São Mateus deixa claro desde o início que o Menino veio para todos; este Recém-nascido é “luz para iluminar as nações” – Lc 2,32. Pela luz da estrela o Salvador se manifesta a todos os povos da terra.

Os reis têm muito que dizer ao mundo atual, a nós. Eles deixam suas terras distantes, deixam sua lógica, deixam sua comodidade e deixam-se guiar pela estrela do Menino. Essa estrela não pode ser percebida por telescópios. Nada disso! Essa estrela, luz do Menino, brilha no coração de cada ser humano: os Magos, com um coração aberto e humilde, viram-na e seguiram-na, deixando sua terra, sua vida… Herodes e Jerusalém, no entanto, não a enxergaram! Para enxergar a luz desse astro é necessário um coração disponível, um coração sem presunções…

Este é o primeiro chamado que encontramos no testemunho dos reis: estar disposto a seguir a “Luz que brilha nas trevas” – Jo 1,5, mesmo que para isso seja necessário pôr-se a caminho, empobrecer-se, humilhar-se…

Na estrela o Menino revela que Deus deseja a salvação de todos, que ninguém fica fora do seu chamado, do seu apelo à salvação: “Toda terra, toda gente viu a salvação do nosso Deus!” – é assim que a Igreja canta na Epifania. No seu Filho Jesus Cristo, Deus chama toda a humanidade à salvação, Deus bate a porta de cada coração humano. No entanto, com certa desilusão, constatamos que ainda muitos se fecham para a luz do Menino.

O Ano Novo chegou e encontrou uma humanidade com um coração fechado numa civilização com sérios traços de morte (como Herodes, fechado para a luz do Menino, provoca a morte de inocentes): a impiedade, o descaso por Deus e seus preceitos, a permissividade sexual, a destruição da família e de seus valores, a desorientação da juventude, a violência nas cidades, a proliferação consumista de seitas e crendices… Tudo isto, revela um coração humano fechado para a luz do Menino… um coração humano que pode, tragicamente, como Herodes, não enxergar a luz que brilhou.

Talvez nunca, como em nossa época, o homem sentiu-se tão fechado em si mesmo, tão autossuficiente… Por isso não pode ver a luz do Salvador. Para vê-la, é necessário ser pequeno, é necessário deixar, é necessário partir a caminho, procurando o Rei que nasceu… Foi isso que os Magos fizeram – e por isso “sentiram uma alegria muito grande” – Mt 2,10. O coração humano somente pode alegrar-se de verdade, de modo consistente e pleno, quando se deixa iluminar pela luz do Cristo. Aí sim, a vida ganha um novo sentido e a existência revela sua verdadeira significação. Eles seguiram a luz com humildade, coragem e confiança, eles se alegraram com o Menino, pois atingiram o Deus inatingível… Após a contemplação do Presépio, “regressaram por outro caminho” – Mt 2, 12. Este é o segundo ensino dos reis: ninguém que encontre a luz do Menino, ninguém que por ele se deixe iluminar volta do mesmo jeito, pelo mesmo caminho!

Nós começamos o ano votos de paz, de alegria, de amor e de vida… Mas para que tais votos não sejam somente palavras é necessário que o Evangelho – a Boa Nova – se torne nosso critério, nosso caminho. Desejamos e esperamos que cada um de nós e a humanidade como um todo se deixe guiar pela luz do Menino, encontre na sua luz a alegria e mude de caminho!

Peçamos a Virgem de Guadalupe, a Mãe do Menino, Estrela da Evangelização, que interceda por nós nesse caminho que iniciamos neste ano.

Tatá

Tácito Coutinho - Tatá - Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi

Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi

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