Um convite à Paz interior!
Não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo(Tito 3:5)
Diante de uma época de grandes transformações sociais, políticas e econômicas, as pessoas começam a colocar-se no mundo sem perspectivas em relação a si mesmo e do outro. Passam agir de forma alienada, vivendo com pouca intensidade as questões emergentes e com muita intensidade no vazio emocional e espiritual.
A impressão acerca deste momento é de que estamos dentro de uma bolha, onde assistimos ao sofrimento alheio mas, ficamos receosos e pouco preocupados com as catástrofes, com os acidentes, com a guerra, tudo se é esquecido de forma instantânea, pouco fazemos em relação as necessidades dos que estão vulneráveis ou dos que sofrem.
Diante desta realidade, precisamos acalmar esse turbilhão de informações geradas pelas modernas tecnologias e olhar em profundidade para nós mesmos e resgatar, aperfeiçoar e/ou descobrir nossos dons, nossos sentimentos, nossa realidade e, frente isso colocarmos em ação o que pede o nosso Papa ante a este ano Santo que foi denominado o Ano da Misericórdia, que trará com ele e suas vivências sentimentos intensos de alegria, onde poderemos encontrar o calor do amor e a Paz, acolhendo e sendo acolhidos e sendo aceitos e aceitando o próximo.
O termo Misericórdia é um termo amplo que se refere a Benevolência, perdão e bondade, que tem como origem o Latim, a palavra se refere a piedade, clemência e é derivada de MISERERE que significa sentir piedade, compaixão e COR que significa coração.
Cientes do não sentimento de que o outro não é capaz de superar suas dificuldades, Ser Misericordioso é estar desprovido de qualquer tipo de culpa, tristeza pelo próximo, impotência ou dependência. É um sentimento que surge em nossa essência e que seguidamente nos traz um sentimento profundo de Paz interior. Portanto, é um sentimento que requer maturidade emocional e espiritual, pois, ele não pode levar-nos a identificar com o sofrimento do próximo, mas sim, saber que todo o sofrimento faz parte de algum aprendizado e que este outro terá capacidade de superá-lo. Quando não possível a ajuda, ainda assim haverá a Paz e não a sensação de impotência.
Para existir a Misericórdia, precisamos nos esvaziarmos dos nossos sentimentos, dos nossos julgamentos, das nossas certezas e olhar para o próximo com muito Amor, como verdadeiros irmãos – solidários e abertos aos bons sentimentos.
Ao sentirmos tocados neste Ano Santo, o convite é irmos além das nossas orações e colocarmos em prática às obras de Misericórdia: dar um bom conselho; corrigir os que erram; ensinar os ignorantes; suportar com paciência as fraquezas do próximo; consolar os aflitos; perdoar os que nos ofenderam e rezar pelos vivos e pelos mortos – ao sermos Misericordiosos encontraremos a Paz (remissão das penas e culpas).
Convido todos vocês leitores a seguir a sequência de artigos nos próximos meses onde falaremos da importância de cada obra de Misericórdia para o crescimento pessoal e espiritual.
Autor: Lú Cazaroto – Psicóloga – Comunidade Javé Nissi