Olhai: Se erras, corrige-o!
IRMÃOS, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado. (Gálatas 6,1)
Um dos aspectos mais interessantes e marcantes do Ser humano é a sua incapacidade de viver isoladamente. Quando pensamos em saúde mental, avaliamos a capacidade de convivência e as diversas formas de ser e estar em sociedade.
Estamos, principalmente neste século, orientados a conviver através do respeito pelas diferenças individuais, mesmo sabendo que iremos nos identificar com determinados grupos e decidir estar mais próximo daqueles das quais identificamo-nos através de características bastante parecidas das minhas.
A globalização – a vida atual, a rotina diária, os muitos afazeres tanto dos homens quanto das mulheres – torna o Ser Humano mais vulnerável aos erros, por vezes irreversíveis. Partindo da premissa de que cada um carrega consigo uma personalidade, uma história e muitas vivências, muitos ainda vivem com o sentimento de Orgulho, fazendo deste uma arma que impede o outro de se aproximar quando se faz necessária alguma orientação acerca de suas intenções, atitudes ou mesmo relacionado a seus erros.
O Orgulho surge neste século como um sentimento traiçoeiro, onde o fanatismo pela aparência, pela felicidade e pelo sucesso evidencia toda necessidade do Ser Humano de pertencer, ser e estar a partir do momento em que é visto. É como se ‘ninguém me vê e me percebe, eu não sou ninguém’.
A partir deste momento, distúrbios alimentares, distúrbios psíquicos e a vida com os ‘excessos’ são comumente aceitas e naturalizadas. A Exemplos disso temos a alta exposição pessoal através das redes sociais, o exagerado culto pela beleza das crianças, dos jovens e a dificuldades dos adultos em envelhecer e em nome dessa sucessão de fatos temos a perda da saúde, da moral, da fé e do discernimento.
Como vimos, quando chegamos a este ponto do Orgulho, que funciona como uma fixação psicológica na vivência EXAGERADA e DISTORCIDA da própria identidade, diante de si e dos outro, colocamos uma barreira nos nossos relacionamentos impedindo o outro de se aproximar e nos ajudar diante das nossas dificuldades, erros e fracassos.
Nesta hora, aquele que se dispõe a estar perto e poder colaborar, deve assumir uma postura antagonista ao Orgulho, a Humildade. O humilde consegue agir com amor e sabedoria, com discernimento e coragem, sem atitude condenatória age de maneira a corrigir, alertar, orientar as decisões e a vida do outro.
Essa atitude quando devidamente realizada contribui para auxiliar àquele que pelo Orgulho está tomado ou por qualquer razão que o coloca em mau caminho, levando-os a mudar seus hábitos e vícios.
A atitude de correção e orientação são duas ofertas que devemos acolher para que possamos viver uma vida recheada de caridade, justiça e dignidade em um mundo onde a omissão traz benefícios próprios e a vulgarização da verdade se faz presente em todos os setores: educação, saúde, politica, sociedade e família.
Autor: Lú Cazaroto – Psicóloga – Comunidade Javé Nissi