Família, um desejo do Autor da vida
Deus, o autor de toda criação, de toda fonte de vida, desejou a família:
“Deus criou o homem à sua imagem; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a.” (Gn 1,28)
Considerando que Deus nos criou e Ele contemplou sua obra e viu que tudo era muito bom (cf Gn 1,31), não podemos nos conformar com a cultura de morte que investe sobre nossas famílias. Estamos vivendo em uma sociedade cada vez mais secular, relativista, egoísta e violenta porque Deus foi colocado de lado pelo homem.
Deus é, e sempre será! Se submetermos nossa vida ao Senhor, certamente encontraremos sentido na vida e felicidade plena. Ao contrário, se o abandonamos, nós somos os únicos prejudicados.
Quando Ele nos diz para submeter a terra e todas as coisas, está nos entregando a possibilidade de guardar, zelar por sua criação, inclusive nos dá a graça de continuar Sua obra, na procriação. Assim, pela bênção da concepção dos filhos, as famílias foram se estabelecendo.
São João Paulo II, afirmou que a tarefa fundamental do matrimônio e da família é “estar a serviço da vida”, denominando a família como “santuário da vida” (Familiaris Consortio 28)
O Catecismo da Igreja afirma:
“Em nossos dias, num mundo que se tornou estranho e até hostil à fé, as famílias cristãs são de importância primordial, como lares de fé viva e irradiante (CIC 1656).”
Essa afirmação é oportuna, pois a sociedade está cada dia mais hostil à fé cristã. O homem, facilmente acredita em ideologias e culturas, em especial às doutrinas que apresentam prosperidade e vida fácil, e ao contrário fecha o coração aos critérios de Deus.
Em nossas famílias, em nossa sociedade vive-se a hostilidade, enquanto o que necessitamos é docilidade. Enquanto a hostilidade denota rivalidade e violência, a docilidade significa obediência e livre submissão. É urgente que o homem, é essencial que nossas famílias rendam-se ao amor de Deus e nesse encontro, cheios e capacitados pelo Espírito Santo, comuniquem ao mundo o amor e a vida.
O Espírito Santo de Deus é quem realiza em nosso coração, fonte de todas nossas palavras e atitudes (cf Mt 15,19), a possibilidade de amar a partir da obediência. A Sagrada Escritura nos faz uma bela afirmação:
“Se alguém me ama, obedecerá à minha Palavra; e meu Pai o amará, e nós viremos até ele e faremos nele nosso lar.” (Jo 14,23).
Se analisarmos as palavras de Jesus com riqueza de detalhes, de coração disponível, vamos perceber que Ele nos convoca à obediência a Deus, e que tal obediência é garantia de que Ele permaneça conosco, em nosso interior, em nosso coração.
Pense bem…Deus morando em nós. É isso mesmo, o Espírito Santo de Deus, conduzindo a vida de nossas famílias, proporcionando a graça de viver um amor a Deus efetivo, ou seja, amar a Deus a partir de atitudes práticas para com o outro. Viver a vida cotidiana, exercendo a paciência, a bondade, fruto de um coração desapegado e generoso, perdoando e acolhendo o perdão. Enfim, é possível que em nossos lares, as famílias determinem todas as coisas aos critérios do Evangelho de Jesus Cristo.
Famílias, santuário de vida. Certamente, um projeto de Deus, portanto, uma realidade possível. É preciso sonhar, é preciso buscar, é preciso confiar em Deus, pois “A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nosso coração, pelo Espírito Santo, que nos foi dado”. (Rm 5,5).
Ensinai-nos Senhor, a te amar. Ensinai-nos Senhor, a te buscar!
Autor: Everton Patriota – Ministério Ágape – Comunidade Javé Nissi