Jesus é o Senhor
Queridos irmãos e irmãs
Graça e Paz
Cristo nos chama a conversão – Mt 4,17. A conversão se dá no coração sendo a mudança de mentalidade: “tende em vós os mesmos sentimentos de Jesus Cristo”, (Fl 2,5); conversão é exatamente isso: adquirir os pensamentos e os sentimentos de Jesus Cristo, mudar pela força da graça que age em nós, mudar a nossa maneira de pensar e o nosso sentir, adquirindo a maneira de pensar e o sentir de Jesus Cristo.
São Paulo revela quais são os pensamentos e sentimentos que existem em Jesus Cristo, e que devem estar em nós. O primeiro sentimento: o despojamento, o não se agarrar a nada. Uma grande tentação é nos apegarmos a coisas, postos, funções, ministérios, aos nossos projetos…
A conversão, a mudança de mentalidade passa por esse desapego, ao desapego das coisas, dos postos, das funções, dos títulos, dos nossos projetos…, nós estamos nas mãos de Deus. Jesus Cristo tinha tudo para ser apegado a sua condição divina, e por amor, por que ama a humanidade, por que quer ser solidário a ela, Ele não se apega e assume a nossa natureza, igual a nós em tudo menos no pecado, e assume a nossa natureza para a nossa redenção.
Esse ser desapegado, nos leva a solidariedade, a assumir o outro em nossa vida, por que a nossa vocação cristã se realiza exatamente em relação ao outro, não só em relação a Deus, mas também em relação ao outro (1Jo 2,19).
Amados irmãos e irmãs
O segundo sentimento que encontramos no texto de são Paulo é a humildade. Portanto a conversão também nos deve levar a essa atitude de humildade, de humilhação. A humildade não é o sentimento de anulação do que somos, a negação de nós mesmos, no sentido de não reconhecer quem nós somos. A humildade deve nos levar a reconhecer quem somos, o que podemos e o que não podemos, nós somos escolhidos por Deus, isso nós não podemos negar.
Ser humilde é reconhecer quem somos e quem é Deus em nossa vida, ser humilde é reconhecer que nós podemos fazer algumas coisas pela graça de Deus que age em nós, é reconhecer que temos competência e capacidade para realizar o projeto de Deus na medida em que nós cooperamos com a sua graça, e não a negação daquilo que nós somos, que muitas vezes passa a ser uma desculpa para não assumir nenhuma responsabilidade.
Deus poderia ter tomado outra atitude para resgatar toda a humanidade, mas escolheu esse caminho que é contar com cada um de nós, portanto temos um papel indispensável no plano de Deus, e ser humilde é considerar esse nosso papel, e na medida em que consideramos esse nosso papel nos empenhamos com toda a capacidade para realizar o Deus espera.
Irmãos e irmãs, conversão é ter a visão de Deus!
Que esse tempo seja um tempo de conquistas para nós, façamos frutificar a graça em nós; que nossas comunidades cresçam, não só em numero de pessoas, mas também em qualidade, que a experiência carismática seja cada vez mais profunda, que os nossos relacionamentos amadureçam e se aprofundem. É preciso progredir, avançar na visão que Deus nos dá, não podemos ficar parados, satisfeitos, acomodados, muitas vezes correndo o risco da desistência.
Precisamos superar nossas limitações, fugir das desculpas, e começar olhar as estrelas, aquilo que Deus quer para nós, que Ele quer nos dar. É para isso que Ele nos fez suas testemunhas. O Senhor “pode fazer em nós muito mais do que nós podemos pedir ou imaginar. Deus realiza” (Ef 3,20).
Que Deus os abençoe e Nossa Senhora Aparecida os guarde.
Em Cristo, Tatá