O DESAFIO DO CRISTÃO NA POLÍTICA ATUAL
“A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) entende que é responsabilidade de todo cidadão, participar, conscientemente, da escolha de seus representantes. Para os cristãos tal escolha deve ser iluminada pela fé e pelo amor cristão, os quais exigem a universalização do acesso às condições necessárias para a vida digna de filhos de Deus. Afinal, “ninguém pode exigir-nos que releguemos a religião para a intimidade secreta das pessoas, sem qualquer influência na vida social e nacional, sem nos preocupar com a saúde das instituições da sociedade civil, sem nos pronunciar sobre os acontecimentos que interessam aos cidadãos… Uma fé autêntica – que nunca é cômoda nem individualista – comporta sempre um profundo desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela” (Papa Francisco, Evangelii Gaudium, 183)”.
Mediante esta afirmação do Santo Padre, acredito que como cristãos vivemos atualmente uma grande tentação de não perceber o valor de nossa participação no cenário político. Seja por meio de exercício do nosso direito de votar, ou até mesmo um engajamento político exercendo um cargo. Percebo que um sentimento que predomina na maioria do nosso povo, refere-se ao descrédito, ou seja, não acreditar mais na política brasileira.
Entendo que, ao vermos, ouvirmos e acompanharmos as notícias referentes ao cenário político atual, somos tentados a “desligar de tudo isso”, pois vivemos uma crise política de grandes proporções em nosso país, e que na minha percepção, a Mãe dela é a crise moral. Escândalos de corrupção passou a ser notícia corriqueira em nosso dia a dia.
Mas afinal, como perceber nossa importância como agente de mudança para o bem comum mediante este cenário político? Atrevo a responder a este questionamento, recorrendo a fala do Papa Paulo VI, no qual afirmava que “a política é a mais sublime forma de exercer a caridade”. Portanto, nos apegando ao maior de todos os mandamentos que é Amar a Deus e ao próximo, somos conduzidos ao desafio de abrir a “chave que abre a porta” do nosso compromisso político.
Amar o próximo inclui diversas realidades e pode ser concretizado de diversas formas: desde a assistência imediata àquele que sofre até aos grandes projetos sociais de inclusão e distribuição de rendas. Esta última forma de realizar o mandamento de “amar ao próximo” cabe a política. Instrumento adequado para se estabelecer a fraternidade e a justiça.
Desta forma, como princípio de vida, que é o exercício do amor, nós cristãos, temos o desafio de mudar esta realidade política, por meio de uma participação mais atuante em todas suas esferas.
Não podemos nos contentar apenas com uma atuação desacreditada e até mesmo indiferente com o cenário político. Temos como desafio cristão, nos prepararmos com excelência, ou seja, assumirmos a responsabilidade de um maior compromisso político, por meio de formação, fóruns, documentos, etc. Acreditando que assim, somos os construtores da Civilização do Amor que tem como uma de suas bases, a política.
Eis o nosso desafio como cristãos:” Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade” 1João 3, 18.
Que a luz do Espírito Santo, nos conduza ao exercício do amor por meio de uma participação política mais efetiva.
Autor: Eduardo S Patriota – Ministério Matias – Comunidade Javé Nissi