Semente do Reino
Diante do enorme desafio da evangelização do mundo moderno, somos tentados achar que o “sucesso” da missão depende das estratégias, dos instrumentos… Somos inclinados a pensar que a Nova Evangelização, proclamada por S. João Paulo II, seria a modernização das técnicas de comunicação…
Olhando a história do cristianismo, vemos que em menos de três séculos, a poderosa cultura romano-helênica foi submergida por algo que ocorreu numa província periférica do Império, uma mensagem pregada por homens e mulheres que não possuíam o brilho dos grandes filósofos, que não dispunham de grandes estruturas de transportes e comunicação.
Alguns historiadores tentam explicar o sucesso do cristianismo pela capacidade da “nova religião” em absorver os valores existentes em todas as outras crenças e se tornar indispensável ao mundo, ou ainda, que a “fraternidade” e a partilha, pelas obras de caridade, atraiam a multidão de pobres.
O limite deste raciocínio “histórico” é o de dar mais importância ao sujeito que ao objeto da missão, mais aos missionários que ao conteúdo.
Mas, enfim, porque o cristianismo “triunfou”? Afinal esta resposta é para os dias de hoje também.
“Matutando” sobre essas coisas, lembrei-me da parábola sobre o Reino em Marcos 4,26-29: “O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra”… Ora, cabe ao semeador semear, já que a semente não pode lançar-se, mas o fruto não depende que quem semeia, nem da terra, mas sim da qualidade da semente! Quando a semente cai na terra e morre, ou seja, Jesus Cristo, nada poderá impedir que ela germine! Podemos dar explicações sobre os frutos, mas sempre serão consequências da semente que é lançada.
O cristianismo é fruto da Semente, é a raiz que dá valor a “arvore!”
Assim, somos chamados à generosidade do semear, a dar a terra- sociedade a Semente, que por si mesma irá produzir uma árvore aonde os pássaros do céu virão fazer seus ninhos. Precisamos reacender em nós a convicção da verdade que anunciamos: “a Igreja precisa readquirir o anseio, o gosto e a certeza da sua própria verdade”- Paulo VI. Devemos dizer: “eu tive fé e, por isso, falei, nós também temos fé e, por isso, falamos” – 2 Cor 4,13.
Enfim, semear a Boa Semente…