A Política e o Bem Comum
A palavra “política” vem do grego “pólis”, que significa “cidade”. Os gregos estavam organizados em cidades-estado. Por extensão, poderia significar tanto a cidade-estado quanto sociedade, comunidade e coletividade. O termo “política” indicava todos os procedimentos relativos a “polis” ou cidade-estado. Segundo Aristóteles, Política é a ciência que tem por objeto a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na “polis-cidade”) e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva da “polis”). O objetivo de Aristóteles com sua Política é justamente investigar as formas de governo e as instituições capazes de assegurar uma vida feliz ao cidadão.
Segundo Aristóteles, “o homem é por natureza um animal político, destinado a viver em sociedade” (Política, I,1,9). E, continua Aristóteles, “toda a cidade é evidentemente uma associação, e toda a associação só se forma para algum bem, dado que os homens, sejam eles quais forem, tudo fazem para o fim do que lhes parece ser bom”. E Santo Tomás de Aquino cunhou o termo “bem comum”, ou bem público, que é o bem de toda a sociedade, dando-o como finalidade do Estado.
“A comunidade política existe… em vista do bem comum; nele encontra a sua completa justificação e significado e dele deriva o seu direito natural e próprio. Quanto ao bem comum, ele compreende o conjunto das condições de vida social que permitem aos indivíduos, famílias e associações alcançar mais plena e facilmente a própria perfeição” – Gaudium et Spes.
Daí se conclui que a cidade – o Estado – exige um governo que a dirija para o bem comum. Por isso não se pode separar a política do poder. Assim sendo, a política é de interesse e responsabilidade de todos os cidadãos. Todos têm essa grave responsabilidade na escolha daqueles que vão deter o poder e no acompanhamento das administrações públicas, pois é o bem comum que está em jogo.
Quando o exercício do poder executivo ou legislativo, ao invés da procura do bem comum, se transforma em instrumento para se obter benefícios particulares, quando o poder legislativo não se propõe fiscalizar mas ser conivente com os desmandos do executivo, quando, nas eleições, já se antevê o jogo da corrupção e os candidatos apostando mais na força do dinheiro do que na força da persuasão de suas propostas administrativas, então as previsões não são de uma política sadia para o bem de todos os concidadãos.
É importante conhecer e divulgar informações a respeito dos candidatos: quem são eles, que é que já realizaram em prol da população, qual é a sua história, quais são suas propostas, suas ideias, a quem apoiam e estão ligados, sua origem política, seu partido e qual a linha ideológica do seu partido.
Devemos prestar atenção na vida política dos candidatos a reeleição e na vida secular dos novos candidatos: aqueles que estão envolvidos em corrupção ou estão na vida publica para satisfazer seus próprios interesses ou de grupos, não podem receber o nosso voto.
Autor: Centro de Formação Mons. Mauro Tommasini