Depressão e o vazio contemporâneo

“Por que você está assim tão triste, ó minha alma?
Por que está assim tão perturbada dentro de mim?
Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu DEUS.” (Salmos 42:11)

A depressão tornou-se a manifestação psicopatológica da contemporaneidade, entendida também por doença do vazio, pois, é dessa maneira que o individuo se vê: vazio de interesses e percepções. O estado emocional, fisiológico, social e espiritual tornam-se distantes e diferente do que era comum.
Essa concepção de depressão é fruto da influência sutil da industria farmacêutica que querem que qualquer aflição e tristeza seja entendida como depressão.
Assim, a depressão é rotineiramente confundida. Ela se manifesta por sentimentos de apatia, pessimismo, tristeza profunda e sensações de desesperança e impotência. É um sentimento de desinteresse pela vida. É uma condição vegetativo-vital, onde as cores não são vistas, os cheiros não são percebidos, as texturas deixam de ser registradas e os sons podem até sumir. Nela, todos os sentidos são alterados: tato, paladar, olfato, visão e audição.
Considerada um estado do corpo, os sintomas da depressão variam de acordo com a sua gravidade: em casos mais leves a ansiedade, instabilidade do humor com crises de choro sem motivos aparentes podem ser os principais sintomas. Em casos mais graves, a perda ou excesso de apetite, mudanças no hábito de dormir, falta de interesse e prazer em atividades sociais, sensação de cansaço e falta de concentração são os sintomas relatados mais comuns. Em casos extremos, pensamentos relacionados a suicídio, lentidão de raciocínio, sentimentos de culpa e inutilidade e catatonia (posição rígida e imóvel dos membros do corpo que pode durar horas, dias ou semanas), são comumente vistos.
Existe ainda, a depressão subclínica – muitas vezes não é notada pelo clínico pelos sintomas acima descrito, mas existe um complexo de sintomas psicovasomotores: pressão no tórax, pressão no crânio, sinusite, dores de cabeça, tonteiras, distúrbios do sono, problemas da sexualidade e pesadelos que em conjunto levam a percepção de que haja um processo depressivo.
Portanto, o estado depressivo seria um estado do corpo angustiado que não é capaz de encontrar satisfação e prazer e, produz a perda do contato com a realidade.
Como tratamento a psicoterapia (Psicológico) é geralmente iniciada após o paciente ter começado a responder à terapia medicamentosa (Psiquiátrica), e nela, o individuo tem a chance de ressignificar sua história pessoal, ou seja, através do processo psicoterápico o individuo encontra capacidade de encarar, perceber e dar sentido as suas vivências e ações. E, a medida que o paciente retoma sua vida, é importante incluir na sua rotina a prática de esporte bem como uma vida social e espiritual.

Autor:  Lú Cazaroto – Psicóloga – Comunidade Javé Nissi