Burnout: A síndrome do Capitalismo
“Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, porque ele é o que te dá força para adquirires riquezas; a fim de confirmar o seu pacto, que jurou a teus pais, como hoje se vê.” (Deuterenómio 8:18)
A Sindrome de Burnout, conhecida também como a Síndrome do Esgotamento Profissional, pode ser definida como um síndrome Psicológica que decorre da tensão emocional crônica no ambiente de trabalho e que pode danificar aspectos físicos e psíquicos da pessoa.
Não rara, esta Síndrome tem relevância neste século que ostenta a sociedade de consumo. Cada indivíduo sente as experiências vivenciadas no trabalho de uma forma particular e as atitudes negativas do individuo com seu trabalho, como as insatisfações e desgastes é que geram as perdas de comprometimento, minando o desempenho profissional com consequências indesejáveis: absenteísmo (faltas regulares do trabalho), abandono de emprego, baixa produtividade, diminuição da realização pessoal e exaustão emocional.
Em todas as profissões ocorrem, mas o risco da Síndrome de Burnout fica mais evidente e tem maior impacto nas profissões das áreas de saúde em geral, empresários e pessoas que trabalham com pressão no ambiente de trabalho.
A Síndrome de Burnout acontece de forma sistemática, ou seja, a partir de um fator estressante, físico ou psicológico, o sistema neuroendócrino é ativado e através da liberação de alguns hormônios pela hipófise as glândulas supra-renais produzem e liberam cortisol e adrenalina, conhecidos como hormônios do estresse e que em grandes quantidades no organismo são tão prejudiciais a saúde.
A síndrome envolve três componentes que podem aparecer associados mas que são independentes: a exaustão emocional – onde há falta de energia e é associada a sensação de esgotamento emocional. A despersonalização – que é uma indiferença em relação as atividades que eram cotidianas no trabalho (atitudes negativas, cinismo, dissimulação). A falta de envolvimento com o trabalho ou baixa realização profissional – a pessoa sente-se incapaz, tem baixa autoestima, é desmotivada e infeliz em seu trabalho).
A sintomatologia abrange aspectos físicos, psíquicos, comportamentais e emocionais, sendo os principais: tendência ao isolamento, fadiga, perda da iniciativa, disfunções sexuais, imunodeficiência, dores, exaustão emocional, desconfiança, dores musculares, gastrite e úlcera, crises de asma, diarreias, enxaquecas, insônias, hipertensão, palpitações, aumento do consumo de café, cigarro, álcool e barbitúricos.
Uma vez reconhecido os sintomas e a possibilidade de estar sofrendo com a Síndrome, é necessário iniciar o tratamento psicoterápico, visto que em alguns casos a utilização farmacológica com antidepressivos e moderadores de ansiedade e tensão são recomendados.
Portanto, ao repensarmos sobre mais essa Síndrome Moderna, fica o questionamento sobre a atual forma capitalista e globalizada de viver: é válido juntar somente tesouros na terra? Talvez tenhamos nos aproximado do momento onde teremos que retroceder em vários comportamentos para usufruir de uma boa saúde emocional, física e psíquica.
Autor: Lú Cazaroto – Psicóloga – Comunidade Javé Nissi