Carismas: Estudando os documentos conciliares

Carismas: Estudando os documentos conciliares

Os documentos conciliares citados anteriormente são transcritos com o objetivo de nos auxiliar no conhecimento teologal e pastoral dos carismas segundo a Igreja Católica:

“O Espírito habita na Igreja e nos corações dos fiéis como templo. Neles ora e dá testemunho de que são filhos adotivos. Leva a Igreja ao conhecimento da verdade total. Unifica-a na comunhão e no mistério. Dota-a e dirige-a mediante os seus diversos dons hierárquicos e carismáticos” (LG, 4).

“… e derramou sobre seus discípulos o Espírito prometido pelo Pai. Por isso a Igreja, enriquecida com os dons de seu fundador, observando fielmente seus preceitos de caridade, humildade e abnegação, recebeu a missão de anunciar o Reino de Cristo e de Deus, de estabelê-lo em todos os povos e deste Reino constituiu na Terra o germe e o início” (LG, 5).

“Um só é o Espírito que, para utilidade da Igreja, distribui seus vários dons segundo suas riquezas e as necessidades dos ministérios” (LG 7).

“Ele mesmo distribui continuamente os dons dos ministérios no seu corpo que é a Igreja, através dos quais, pela força derivada Dele, nos prestamos mutuamente os serviços para a salvação, de tal forma que, vivendo a verdade na caridade, em tudo cresçamos Nele que é nossa Cabeça” (LG, 7).

“Porque Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade, enche com seus dons divinos a Igreja que é seu corpo e sua plenitude, para que ela se desenvolva e chegue à plenitude de Deus” (LG, 7).

“Não é apenas através dos sacramentos e dos ministérios que o Espírito Santo santifica e conduz o Povo de Deus e o orna de virtudes, mas, repartindo seus dons a cada um como lhe apraz”… “Estes carismas, quer eminentes, quer mais simples e mais amplamente difundidos, devem ser recebidos com gratidão e consolação, pois que são perfeitamente acomodados e úteis às necessidades da Igreja” (LG 12).

“Daí, finalmente, entre as diversas partes da Igreja há vínculos de íntima comunhão com relação às riquezas espirituais, aos operários e aos subsídios temporais. Os membros do povo de Deus são chamados à comunicação dos bens, e também de cada uma das Igrejas valem as palavras do Apóstolo: “O dom que cada um houver recebido, ponde-o a serviço dos outros como bons administradores da multiforme graça de Deus” (LG, 13).

“Temos até com eles certa união verdadeira no Espírito Santo, que também neles opera com seu poder santificante por meio de dons e graça, tendo fortalecido a alguns deles até à efusão de sangue. Assim o Espírito suscita em todos os discípulos de Cristo o desejo e a ação, para que todos, pelo modo estabelecido por Cristo, se unam pacificamente em um só rebanho sob um único Pastor” (LG, 15).

“Para desempenhar ofícios tão excelsos, os Apóstolos foram enriquecidos por Cristo com especial efusão do Espírito Santo descendo sobre eles. E eles mesmos transmitiriam aos seus colaboradores mediante a imposição das mãos este dom espiritual, que chegou até nós pela sagração episcopal” (LG, 21).

“Seu preclaro múnus é apascentar de tal forma os fiéis e reconhecer suas atribuições e carismas, que todos, a seu modo cooperem unanimente na obra comum” (LG, 30).

“Por isto o Cristo Senhor, em quem se consuma toda a revelação do Sumo Deus, ordenou aos Apóstolos que o Evangelho, prometido antes pelos Profetas, completado por Ele e por sua própria boca promulgado, fosse por eles pregado a todos os homens como fonte de toda verdade salvífica e de toda disciplina de costumes, comunicando-lhes dons divinos” (DV,7).

“Impõe-se pois a todos os cristãos o dever luminoso de colaborar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e acolhida por todos os homens e toda a parte. Para que os cristãos exerçam tal apostolado, o Espírito Santo – que opera a santificação do povo de Deus através do ministério e dos sacramentos – confere ainda dons peculiares aos fiéis, distribuindo-os a todos, um por um, conforme quer”, de maneira que cada qual, segundo a graça que recebeu, também a ponha a serviço de outrem” e sejam eles próprios “como bons dispensadores da graça multiforme de Deus”, para a edificação de todo corpo na caridade. Da aceitação destes carismas, mesmo dos mais simples, nasce em favor de cada um dos fiéis o direito e o dever de exercê-los para o bem dos homens e edificação da Igreja, dentro da Igreja e do mundo na liberdade do Espírito Santo, que “sopra onde quer”, e ao mesmo tempo na comunhão com os irmãos em Cristo, sobretudo com seus pastores, a quem cabe julgar sobre a autenticidade e o uso dos carismas dentro da ordem, não por certo para extinguirem o Espírito, mas para provarem tudo e reterem o que é bom” (AA, 3).

“Elevado sobre a Cruz e glorificado, o Senhor derramou o Espírito prometido. Por Ele chamou e congregou, na unidade da fé, da esperança e da caridade, o povo da Nova Aliança, que é a Igreja, como ensina o Apóstolo: “Só há um corpo e um espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação. Só um Senhor, uma fé, um batismo”. Com efeito “todos quantos fostes batizados em Cristo Jesus”. O Espírito Santo, que habita nos crentes, que enche e governa toda a Igreja, é quem realiza aquela maravilhosa comunhão dos fiéis e une todos tão intimamente em Cristo, de modo a ser o Princípio da unidade da Igreja. É Ele quem opera a distribuição das graças e dos ministérios, enriquecendo a Igreja de Jesus Cristo com diferentes dons, “a fim de aparelharem os santos para obra do ministério na edificação do corpo de Cristo” (UR, 2).

“Os Presbíteros ouçam com gosto os leigos, apreciando fraternalmente seus desejos, reconhecendo sua experiência e competência nos diversos campos a atividade humana, para poderem junto com eles verificarem os sinais dos tempos. Pondo à prova os espíritos para ver se são de Deus, descubram com o senso da fé, reconheçam com alegria e incentivam com entusiasmo os multiformes carismas dos leigos, dos modestos aos mais elevados. Entre os demais dons de Deus, que se encontram abundantemente no meio dos fiéis, são dignos de especial carinho aqueles que atraem não poucos para uma mais elevada vida espiritual. Da mesma forma entreguem com confiança tarefas aos leigos para os serviços da Igreja, deixando-os, mesmo oportunamente, enfrentar obras também por sua iniciativa” (PO, 9).

“Para todos os tempos o Espírito unifica a Igreja na comunhão e no ministério, dotando-a com vários dons hierárquicos e carismáticos. Vivifica as instituições eclesiásticas como se fosse sua alma. Instila no coração dos fiéis o mesmo espírito missionário, pelo qual era movido Cristo. Por vezes previne mesmo visivelmente a ação apostólica. E de vários modos sem cessar a acompanha e dirige” (AG, 4).

“Primogênito entre muitos irmãos, depois de sua morte e de sua ressurreição, pelo dom do seu Espírito, Ele instituiu, entre todos aqueles que o recebem pela fé e pelo amor, nova comunidade fraternal, em seu Corpo, que é a Igreja. Nele, todos, membros uns dos outros, segundo a diversidade de dons que lhes são concedidos, devem ajudar-se mutuamente” (Gs, 32).

“Constituído Senhor por sua ressurreição, Cristo, a quem foi dado todo o poder no céu e na terra, já opera pela virtude de seu Espírito nos corações dos homens; não somente desperta o desejo da vida futura, mas por isso mesmo anima, purifica e fortalece também aquelas aspirações generosas com as quais a família humana se esforça por tornar mais humana a sua própria existência e submeter a terra inteira a este fim. Os dons do Espírito são porém diversos, enquanto chama uns para que, pelo desejo da habitação celeste, tornem manifesto o seu testemunho e o conservem vivo na família humana, chama outros a se dedicarem ao serviço terreno dos homens, preparando com este ministério o reino celestial” (GS, 38).

“Cada discípulo de Cristo tem sua parte na tarefa de propagar a fé. Mas Cristo, o Senhor, apesar disso sempre chama dentre os discípulos aqueles que Ele mesmo quer para que estejam com Ele e os envia a pregar aos povos. Por isso através do Espírito Santo, que distribui o carisma para a utilidade, como quer, inspira a vocação missionária no coração de cada um e suscita Institutos na Igreja, que a ceitam com ofício próprio a tarefa da evangelização, dever de toda a Igreja” (AG, 23).

“Tendo recebido dons diferentes, os fiéis devem colaborar no Evangelho, cada um conforme sua oportunidade, faculdade, carisma e função. Todos os que semeiam e colhem, que plantam e regam, convém sejam um só, para que assim”, “trabalhando livre e ordenadamente para o mesmo fim”, empenhem unanimemente as suas forças na edificação da Igreja” (AG ,28).

 

Autor: Tácito Coutinho – Tatá – Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi

Comunidade Javé Nissi

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