Como não confiar?

Deus não precisava de Maria. Mas quis contar com o auxílio dessa mulher. Jesus, para viver em tudo a condição humana, menos o pecado, precisava nascer como nós. A Virgem de Nazaré foi escolhida para gerar, amamentar e educar Aquele que tantos profetas sonharam ao menos contemplar, mas não o conheceram. Maria teve a responsabilidade de cuidar do Messias. Isso foi possível graças à confiança que Deus depositou nela.

A jovenzinha encontrou graça diante de Deus. Na saudação angélica, o Anjo Gabriel reproduziu o que o Senhor queria dizer. As falas não são do Anjo, mas do próprio Deus que utiliza um mensageiro. É o próprio Senhor que chama Maria de “a cheia de graça” e realiza nela o mistério da encarnação.

Deus confiou em Maria! Jesus precisou do ventre materno, do leite para se alimentar, do carinho, atenção, de ser educado pela Família de Nazaré. Até na hora derradeira da Cruz, Cristo precisou do olhar amoroso de sua mãe santíssima. Se Deus quis contar com essa mulher e confiou a Ela tão grande missão, como não confiar no amor e cuidados da Virgem Maria?

À vossa direita se encontra a Rainha, com veste esplendente de ouro de Ofir (Sl 44).

Nossa fé ensina que Ela foi assunta ao Céu. É a nossa advogada e medianeira das graças. Deus ainda quer contar com Maria para que todos nós encontremos, por meio dela, caminhos que levam até Jesus e assim façamos tudo o que Ele nos pedir. Precisamos confiar na intercessão dessa caridosa mãe.

“Ninguém pode dizer que foi decepcionado por Ti, depois de ter chamado ou invocado. Só tu, com o poder de teu Filho, pode resolver as coisas difíceis e impossíveis.” Essa afirmativa, presente em diversas orações à Virgem Maria, revela o poder medianeiro. Aquela mulher que carregou Jesus no colo está à espera de nossas súplicas, pois Ela, que sempre faz a vontade do Senhor, bem entendeu quando Jesus, olhando para o discípulo amado que nos representava, a deu como nossa mãe.

A Beata Francisca de Paula de Jesus, Nhá Chica, tinha uma devoção cega em Nossa Senhora da Conceição. A Bem Aventurada de Baependi era analfabeta, mas conseguia compreender a Palavra de Deus e dava conselhos a quem lhe pedisse ajuda. Nhá Chica dizia que essas revelações aconteciam, porque ela rezava com fé e que a Virgem da Conceição lhe contava todas as respostas e conselhos. A beata rezava o rosário com grande fervor e escreveu uma oração que nos convida ao abandono a Virgem Maria e depositar nossa confiança diante das aflições.

“Aflita vos vistes Senhora, aflita aos pés da Cruz. Aflito estou eu agora, Valei-me, ó Mãe de Jesus.”

Que sigamos nossa caminhada, cá na Terra, com a certeza de um cuidado maternal que até Deus precisou e que Jesus foi submisso. Ele nos ensina a depositar a confiança naquela que tudo faz por Amor.

Autor: José Eymard Miranda Leite Sobrinho – Jornalista e colaborador